Zé Fininho já repousa no Alto das Cruzes

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Os familiares, colegas, amigos e amantes da música angolana disseram, na manhã ontem, o último adeus ao músico e instrumentista Zé Fininho, no cemitério do Alto das Cruzes, num ambiente de tristeza e consternação.

Em respeito às limitações, apenas os mais chegados entraram no campo santo e o artista foi acompanhado até à sua última morada ao som da música de um grupo no qual se destacaram Raul Tolingas e Manuel Claudino.  Grande parte esteve fora e mais tarde dirigiram-se ao Centro Recreativo e Cultural Kilamba.  

Antigos moradores do Bairro Operário e colegas dos Pequenos Sivucas, Negoleiros do Ritmo e Semba Tropical, grupos nos quais se notabilizou Zé Fininho, marcaram presença. O amigo e compadre Dionisio Rocha leu o elogio fúnebre de José Domingos “Zé Fininho”, também funcionário do Governo Provincial de Luanda, onde trabalhou como eletricista e na juventude foi fiel da Igreja de São Paulo.

A sua vida artítsica começou no final da decáda de 1950, com os amigos Teta Lando, Carlitos Vieira Dias e Lindo Vendido que constituíam os Pequenos Sivucas. Em 1964 é convidado para integrar os Negoleiros do Ritmo, formação com a qual teve uma vida intensa de exibições durante 36 anos e não 16 de acordo com Dionisio Rocha, o responsavél da ida do malogrado ao grupo. Dionísio Rocha falou da fase da cedência para o Semba Tropical quando os Negoleiros do Ritmo ficaram sem actividade. Em 2005 volta a integrar o grupo e participa no disco “Sei que queres partir”.

Carlitos Vieira Dias, João Sabalo, Dina Santos, Massecoca, Joãozinho Morgado, Sanguito, Voto Gonçalves e Mike Pemba foram unanimes em reconhecerm as qualidades do amigo e lembraram bons momentos como o ocorrido em Londres. Um incidente com um técnico de som que impedia Zé Fininho com a Dikanza a não realizar o check som. Santocas, Santos Júnior, Soki Dya Nzenze e outros artistas não apenas lamentavam a morte mas reconheceram o artista como mestre da dikanza.

Já Eliseu Major, em nome da UNAC-SA, no elógio funebre do velório referiu que “pelo seu caracter e personalidade e nobreza da alma, aum coração generoso, Zé Fininho merece certamente aplausos na sua entrada lá no céu onde repousará junto de Deus, como peregrino”. Zé Fininho era filiado da UNAC-SA com o número 350. 

Na manhã de ontem, foi sepultado, no Cemitério da Mulemba, Domingos António Salvador “Pai Adão”, baixista do Africa Ritmo. Amanhã, às 10h00, no mesmo cemitério vai a enterrar o músico Paquito, falecido segunda-feira no Hospital Americo Boavida, duas semanas depois de ter sido amputado a uma das pernas. Autor do conhecido tema “Peixeira”, gravado com o Grito Di Povo, Paquito deixou a obra discográfica “Nhadi”, que significa sofrimento, mas em vida deixou como slogan “Tá bom, tá bom, tá bom”.

Fonte:JA

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