A fazenda Novagrolíder foi um dos pontos de passagem do Chefe do Executivo, na visita de trabalho que efectua, desde ontem, à província do Bengo.
O gigante agrícola possui um espaço de aproximadamente 500 hectares para a produção de frutícolas, hortícolas e forragens.
Na Novagrolíder, um mundo verde imenso que cresceu com o abastecimento em água pelo perímetro irrigado local, o Titular do Poder Executivo tomou conhecimento que o grupo empresarial produz 75 mil toneladas de banana por ano, emprega 1.100 trabalhadores angolanos e apenas 15 expatriados.
O Presidente João Lourenço percorreu, demoradamente, o espaço da fazenda, inteirou-se da cadeia de produção, teve contacto com campos, trabalhadores dedicados à laboração e os viveiros de um gigante que consegue manter a sustentabilidade em todos os capítulos do sector. Ainda assim, exporta 960 toneladas de produtos agrícolas diversos por mês, para Portugal, Marrocos e África do Sul.
A empresa de Caxito é a primeira em Angola que ostenta, desde 2009, os certificados GlobalGap frutas e vegetais, Componentes Sociais e Livestock (pecuária) que dão vazão à exportação de produtos angolanos diversos para o mundo, com a marca Angolanita.
A cooperativa aposta regularmente na formação para apetrechar os quadros angolanos com conhecimentos ligados às novas tecnologias de produção, segmento que se estende, igualmente, aos alunos das escolas agrárias com as quais tem convénios.
No discurso de boas-vindas ao Presidente, José Macedo, um dos administradores da Novagrolíder, em nome do colectivo que lidera a cadeia de produção agrícola da província, destacou que “Angola é dos poucos países” onde se com condições políticas, sociais, de desenvolvimento geográfico e climatérico para a produção agrícola.
Para José Macedo, o problema da agricultura e da pecuária nacional reside na falta de conhecimentos. “Há muito trabalho e pouco rendimento”, disse.
Informou que corre o país de norte a sul e vê “o esforço titânico das famílias”. “Elas precisam de ser ajudadas tecnologicamente”, apelou José Macedo, para quem não é preciso muito para mudar o rendimento daquelas famílias.
Fez um pedido ao Presidente da República: “Quero que olhe para as escolas agrícolas, tais como a Chianga, Tchivinguiro, entre outras, onde se podem formar excelentes técnicos, aliando a teoria com às práticas”.
O empresário agrícola referiu que, não menos importante, é o apoio que as empresas com maior domínio tecnológico podem dar, aceitando alunos em estágios nas suas unidades, porque “teoria sem prática neste sector é uma lacuna profissional bastante grande”.
Revelou que pela Novagrolíder já passaram mais de 500 estagiários. Alguns, durante seis meses, fazendo testes profissionais. Estão aptos a exercer uma agricultura sustentável. “Sendo o sector agro-pecuário indispensável à humanidade e para o povo angolano em particular, peço à Sua Excelência uma atenção especial”, disse José Macedo, dirigindo-se ao Presidente.
Guimarães Silva e César Esteves | Caxito
Fonte:JA