O município de Viana, em Luanda, controla 2.500 crianças em situação de vulnerabilidade, em 13 centros de acolhimento, segundo a administradora municipal adjunta para o Sector Político e Social, Paula Dias.
“O número de crianças controladas não inclui as de rua, porque estas não são fixas, o que torna mais difícil o processo de controlo”, acrescentou Paula Dias, que falava à imprensa no fim de uma visita ao centro de acolhimento “Vivência Feliz”.
A administradora adjunta referiu que o centro de Viana, por exemplo, conta com crianças abandonadas desde o primeiro dia de vida e muitos adultos em situação de vulnerabilidade.
“Há mães que dão à luz e abandonam os filhos no hospital, outras preparam as crianças e no dia seguinte deixam-nas no jardim ou na porta de alguém. Todas essas crianças vão parar aos centros de acolhimento”, referiu Paula Dias.
Viana conta com 13 lares de acolhimento e é o município ao nível do país com mais centros. As crianças acolhidas nos referidos centros, disse, apresentam, maioritariamente, sinais de maus tratos e muitas são acusadas de feitiçaria.
A Administração Municipal, referiu, tem trabalhado com as famílias no sentido de as sensibilizar para cooperarem no processo de reunificação familiar, mas, infelizmente, muitas mostram-se desinteressadas.
“Vamos continuar a trabalhar e precisamos que mais pessoas se juntem a nós, porque o trabalho é árduo”.
Responsabilização das famílias
A administradora adjunta defende responsabilização célere às famílias que abandonam crianças na rua.
Acrescentou que no centro de acolhimento do município de Viana, por exemplo, a maioria das crianças foi abandonada por efectivos da Polícia e das Forças Armadas Angolanas.
“As famílias destas crianças estão identificadas e localizadas, mas recusam-se em recebê-las”, sublinhou, referindo que “há, também, casos de crianças que não querem regressar ao seio familiar”.
A Administração Municipal de Viana, lembrou, cuida de um centro provisório, com 245 utentes, incluindo crianças. “Apesar destes esforços, há ainda muitas crianças pelas ruas”.
Garantiu que o grande desafio da Administração Municipal e da direcção da Acção Social é retirar das ruas todas as crianças, pois, acredita, a maioria precisa apenas de uma oportunidade, carinho e afecto.
Fonte:JA