Vacinas ajudam Angola e Cabo Verde

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A consultora Capital Economics considera que países como Angola e Cabo Verde podem estar entre os principais beneficiados da campanha de vacinação que está a arrancar, embora o panorama se mantenha sombrio na África subsaariana

“A distribuição das vacinas contra a Covid-19 será provavelmente muito mais lenta em África que em muitas outras partes do mundo e o ‘impulso da vacina’ na actividade económica interna deverá ser também mais reduzido, mas os países que vão beneficiar mais são os principais exportadores de matérias-primas e as economias dependentes do turismo”, como Angola e Cabo Verde, dizem os analistas da Capital Economics.

De acordo com uma análise ao impacto da introdução de vacinas na África subsaariana,  “apesar do impacto positivo, a recuperação económica na região vai provavelmente continuar lenta e a perspectiva de evolução será ensombrada pelos elevados níveis de dívida”.

Para os analistas, “a distribuição será mais problemática na África subsaariana do que noutras partes do mundo, principalmente deido à fraca infra-estrutura de armazenamento e oferta”, mas o desafio não é inultrapassável, acrescentam, lembrando que a vacina contra o Ébola conseguiu ser eficazmente distribuída.
Paradoxalmente, a grande vantagem das vacinas virá do facto de começarem a ser administradas não tanto aos cidadãos africanos, mas sim nos países que são os principais clientes das exportações africanas.

“Apesar de o impulso para as economias africanas do levantamento das medidas de confinamento ser limitado, um abrandamento das restrições à circulação noutras partes do mundo significa que os benefícios indirectos para a África subsaariana podem acontecer mais rápido que o previsto”, através do aumento da procura de matérias-primas e da possibilidade de fazer turismo, notam.

“Os grandes beneficiados vão ser provavelmente os maiores produtores africanos, como Nigéria e Angola”, admitem os analistas, acrescentando que o levantamento das restrições à circulação significa “o regresso dos turistas internacionais” a países como as Ilhas Maurícias ou Cabo Verde.

Ainda assim, alertam, o panorama permanece sombrio para a região: “Apesar da perspectiva económica melhorada, a crise vai ter um legado duradouro, muitos países em África deverão sofrer com os seus efeitos, e comparando com os outros países no mundo, os Governos em África deram pouco apoio directo e isto agrava o risco de falências e de desemprego, bem como um aumento do crédito malparado que limita o crescimento do crédito”.

Para além disso, concluem, “os Governos vão acabar por ter um peso maior da dívida, já que até agora os esforços de alívio da dívida não têm estado à altura das expectativas e a nova iniciativa do G20 sobre um enquadramento comum deverá seguir o mesmo caminho, por isso deverá haver mais austeridade nos próximos tempos”.

Fonte: JA

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