A Unitel admite que a decisão de processar a empresária Isabel dos Santos na justiça britânica para recuperar uma alegada dívida foi discutida e aprovada pela administração, mas negou, em documentos apresentados em tribunal, que tenha sido por ordem do Governo angolano.
Numa réplica aos advogados de Isabel dos Santos apresentada no Tribunal Comercial de Londres, segundo cita a Lusa na sua edição de ontem, a Unitel reconhece que o processo judicial no Reino Unido contra a Unitel International Holdings (UIH), detida por Isabel dos Santos, para recuperar uma dívida de mais de 350 milhões de euros, bem como um pedido de arresto em Portugal dos activos da empresária angolana na ZOPT e NOS, “foram discutidos e aprovados pela Comissão de Coordenação do Conselho de Administração da Unitel”.
Porém, perante a sugestão de que a maioria dos membros do Conselho de Administração foi escolhida pelas autoridades angolanas, a Unitel lembrou que os dois administradores nomeados pela PT Ventures, designadamente Miguel Geraldes e Luiz Rosa, foram indicados antes da venda da PT Ventures à estatal Sonangol.
“De qualquer forma, é irrelevante que a maioria dos membros do Conselho de Administração tenham sido nomeados por entidades pertencentes ao Estado angolano. Os administradores são obrigados a agir no interesse da Unitel”, explica.
O processo, em curso no Tribunal Comercial de Londres, que faz parte do Tribunal Superior [High Court], tem avançado com a apresentação dos argumentos escritos das duas partes, mas não tem ainda audiências agendadas nem data para o início do julgamento.
Fonte:JA