UNITA defende melhorias no ensino

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A UNITA defendeu, ontem, a criação de políticas e métodos para a melhoria da qualidade do ensino quer no casco urbano como no meio rural.

Segundo Manuel Correia, que responde pela Educação no “Governo Sombra” da UNITA, a melhoria no sistema passa pela valorização dos quadros do sector, incentivos salariais, subsídios de cargo, de risco e de isolamento, bem como melhores condições de trabalho.
Para Manuel Correia, que falava em conferência de imprensa, urge a construção de mais escolas de forma a diminuir, senão mesmo erradicar, a carência educativa em todo o país e que se crie incentivos para levar as crianças e a juventude às salas de aula.
“Angola tem 2,5 milhões de crianças e jovens com idades entre 4 e 17 anos fora do sistema escolar. Entre os jovens de 15 a 17 anos, faixa etária ideal para o ensino médio, 15 por cento anda fora do ensino. Continuamos a assistir a insuficiência do número de escolas. As que existem, poucas apresentam as condições almejadas”, disse.
A UNITA, continuou, en-tende que é preciso desper-tar a consciência do povo no sentido de se formatar um sistema de educação e ensino que traga a transformação do homem, de forma e exercer uma influência positiva na busca da construção de valores de cidadania.
“É sabido que a qualidade do ensino e aprendizagem em Angola é questionável. O Governo Sombra da UNITA entende que a questão fundamental não reside apenas em proclamar, por todos os cantos do país e além fronteiras as quantidades de estabelecimentos de ensino construídos; mas sim, o valor e a importância que se deve atribuir à formação do homem e à sua própria dignidade”.
O político lamentou o facto de continuar a existir o que considerou “comercialização do ensino”. A título de exemplo apontou a “venda de notas para o aluno passar de classe”, “venda de vagas para o aluno conseguir entrar na Universidade ou mesmo numa escola primária”. Indicou, também, que os subsídios monetários, inclusive os de isolamento, pertencentes aos docentes, são desviados.

Manuel Correia acredita que o problema da educação em Angola deve-se à “importação de modelos inapropriados à vida e à cultura do nosso povo”.

O sector da educação em Angola, acrescentou, enfrenta problemas estruturantes. Apontou a falta de qualidade aceitável nas classes iniciais, consideradas como a base de toda a estrutura educacional, bem como das classes terminais do ensino primário e do primeiro ciclo, que apresentam “debilidades básicas graves na escrita e na fala”.

“O problema não se esgota no ensino primário, mas se eleva até ao ensino médio, sem poupar o superior. A situação, realmente, coloca em causa o futuro do País e dos cidadãos no seu todo, porque os alunos que estão a ser mal formados hoje serão professores e formadores amanhã”, sublinhou.

Segundo Manuel Correia, os professores que apresentam lacunas graves “estudaram, no passado, no mesmo sistema gerido por quem nunca se preocupou em cultivar a necessária qualidade na educação”.

Fonte:JA

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