O presidente maliano Ibrahim Boubacar Keita (IBK) acabou por apresentar a demissão nesta terça-feira após ter sido derrubado por um golpe militar que pôs termo também ao governo e ao parlamento. Os revoltosos, apoiados pela população, apelam a uma transição civil.
O presidente e o primeiro-ministro foram detidos pelos militares em Bamaco, nesta terça-feira, antes de formalizarem a queda do regime.
As autoridades eram contestadas há meses levando à mediação em vão do antigo presidente nigeriano, Goodluck Johnathan, em nome do bloco regional, a Comunidade económica dos Estados da África ocidental.
Esta decidiu suspender o Mali da organização, fechando as fronteiras como país, e condenou o golpe anunciando uma cimeira extraordinária para esta quinta-feira sob a alçada do presidente nigeriano, Mahamadou Issoufou, líder regional.
A União Africana, mas também a França, a União Europeia e as Nações Unidas condenaram a alteração da ordem constitucional maliana.
O Conselho de segurança da ONU poder-se-ia reunir de emergência nesta quarta-feira sobre o caso.
Os militares prometem transição civil e novas eleições num prazo razoável.
Estes tinham capturado IBK e Boubou Cissé, primeiro-ministro, na casa do até agora presidente maliano ao final da tarde desta terça-feira.
A revolta implicou também a neutralização de altas patentes do exército por parte dos revoltosos que, ao que tudo indica, teriam levado a cabo a sua intervenção desde a base de Kati, a 15 kms da capital.
A oposição tem recusado integrar um governo de união nacional e tem apelado à demissão tanto do primeiro-ministro, como do presidente.
Este último cenário era, porém, descartado pela CEDEAO.
Fonte: RFI