Cinquenta e três ravinas de média e grande magnitude podem engolir a estrada e a vila da Santa Cruz, sede do município de Milunga, que dista a 235 quilómetros da província do Uíge.
O governador José Carvalho da Rocha, acompanhado da vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Maria Fernando Cavungo, técnicos do Gabinete de Infra-Estruturas e de autos responsáveis, deslocou-se à localidade para avaliar a situação.
A maior preocupação dos munícipes prende-se com as ravinas que progridem de forma agressiva em direcção às infra-estruturas das 200 casas já habitadas na vila. David Sumbo, regedor da localidade, disse que a população está desesperada e receosa de ver cortada a única via que dá acesso ao município e da segurança das moradias que estão à beira das ravinas.
“As chuvas caem sem parar e, a cada dia, abrem-se novos buracos na estrada ou num outro lugar da vila, o que torna, cada vez mais difícil a vida das populações de Milunga. É necessária uma intervenção urgente para devolver a esperança ao povo”, disse.
O administrador Municipal de Milunga, Abel do Rosário Singui, informou que estão contabilizadas no município 53 ravinas que se encontram no troço Sanza Pombo-Macocola, Macocola-Santa Cruz, sede municipal de Milunga. Todos os percursos correm o risco, o que coloca a região entre as mais afectadas da província.
Pela dimensão das ravinas, disse, a administração municipal vê-se de mãos atadas para ultrapassar a situação devido aos custos elevados, para a sua contenção. “Há toda a necessidade do estancamento das ravinas, provocadas pelas chuva, ao longo dos troços de interligação entre várias localidades do município, com maior preocupação para aquelas que estão prestes a destruir as casas sociais”, disse.
O mau estado das vias de acessos constitui ainda preocupação da população de Milunga, segundo o administrador municipal. O estado da via que liga Macocola à sede municipal de Milunga, num percurso de mais de 70 quilómetros, onde se circula com muitas dificuldades, constitui também preocupação.
O munícipe Miguel Kizaidi disse que as vias degradadas, além de dificultar a circulação de pessoas, estão a travar o desenvolvimento do município. “Nos debatemos com imensas dificuldades para comercializar os produtos. São grandes as quantidades de alimentos que apodrecem nos campos de cultivo por falta de escoamento”.
Soluções pontuais
O governador Povincial do Uíge garantiu encontrar soluções pontuais dentro de dias, de modo a evitar a progressão das ravinas, com recurso ao kit de terraplanagem. A preocupação já foi informada às estruturas centrais.
Alexandrino Afonso, coordenador da brigada de terraplanagem do Uíge, disse ter tomado boa nota sobre as dificuldades que a população enfrenta e garantiu accionar os mecanismo para indo resolver o problema e encaminhar, junto das estruturas centrais, outras preocupações que transcendem “a nossa competência”.
“Vamos fazer o possível para melhorar a mobilidade dos munícipes e facilitar a circulação no troço”, disse, assegurando ser possível realizar trabalhos paliativos de prevenção e estancamento das ravinas, com maior prioridade para sede municipal, utilizando as máquinas do kit de terraplanagem que a província possui.
Localizado a 235 quilómetros a nordeste da cidade do Uíge, Milunga tem mais de 58 mil habitantes, distribuídos pelas 273 aldeias e três comunas: Macolo, Massau e Macocola.
Fonte:JA