Uma ponte aérea humanitária da União Europeia para Pemba, norte de Moçambique, que arrancou nessa quarta-feira 30 de junho, com o envio de 15 toneladas de “equipamento que salva vidas” e que visa “responder a necessidades humanitárias urgentes”, anunciou a Comissão Europeia.
O anúncio, feito pelo executivo comunitário à margem da reunião dos ministros do Desenvolvimento dos países do G20, que decorre hoje em Brindisi, Itália, indica que um primeiro voo vai partiu daquela cidade italiana, e deverá chegar a Pemba, capital da província de Cabo Delgado, em 03 de julho.
Outros dois voos deverão sair de Brindisi rumo a Moçambique “nos próximos dias”, transportando “ajuda humanitária adicional”.
Segundo a Comissão Europeia, a ponte aérea em questão foi coorganizada por Portugal e Itália.
Em comunicado, o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, que participa hoje na reunião dos ministros do G20 e que irá assistir à cerimónia de descolagem do voo, destaca que “a situação humanitária em Cabo Delgado continua a deteriorar-se a um ritmo alarmante”.
“Estamos a estabelecer uma nova ponte aérea humanitária, fundada pela União Europeia, para facultar ajuda vital a esta parte do país difícil de alcançar. Agradeço à Itália e a Portugal por fornecerem o equipamento médico e humanitário: é essencial que o acesso humanitário total seja garantido a partes críticas de Moçambique, para salvar vidas”, destaca ainda o responsável.
Desde o início de 2021, a União Europeia já forneceu 15 milhões de euros em ajuda humanitária a Moçambique, em grande parte para “responder às consequências do conflito interno em curso” no país.
O estabelecimento de pontes aéreas humanitária pela União Europeia foi uma prática utilizada recorrentemente pelo bloco durante a pandemia: segundo estatísticas da Comissão, em 2020 foram operados 67 voos para 20 países através deste mecanismo, o que permitiu fornecer “mais de 1.150 toneladas de equipamento humanitário e médico vital”.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo rebelde Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a ONU.
FONTE: LUSA
