Ucrânia suspende todos os contactos com o Governo bielorrusso

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A Ucrânia suspendeu todos os seus contactos com o Governo do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitri Kuleba.

“Na verdade, todos os contactos com o lado bielorrusso foram colocados em modo de pausa. Posso dizer oficialmente: suspendemos todos os contactos com o lado bielorrusso”, disse Kuleba ao canal de televisão ucraniano 1+1 na noite de quinta-feira.

O ministro acrescentou que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não mantém qualquer tipo de comunicação com Lukashenko, no poder há 26 anos e que a 09 de Agosto foi reeleito com 80,1% dos votos, segundo dados oficiais.

As eleições foram denunciadas como fraudulentas pela oposição bielorrussa.

“Depois das eleições, não houve contacto entre eles (Zelensky e Lukashenko). Recentemente, o Presidente da Ucrânia falou a favor da realização de (novas) eleições na Bielorrússia”, afirmou o chefe da diplomacia ucraniana.

O ministro ucraniano indicou que o Governo de Kiev, que aderiu à declaração da União Europeia (UE) que não reconheceu a vitória eleitoral de Lukashenko, vai acompanhar de perto a situação na Bielorrússia, que desde o último dia 09 de Agosto tem sido palco dos maiores protestos populares de sua história pós-soviética.

“Os contactos (com a Bielorrússia) só serão retomados quando tivermos a certeza de que não representam risco político, moral e de reputação para a Ucrânia”, sublinhou Kuleba.

O anúncio da suspensão das relações com Minsk veio horas depois de o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ter declarado a sua disposição de apoiar Lukashenko com forças policiais.

O país entrou na terceira semana de protestos populares, na sequência das eleições, que reconduziram Alexander Lukashenko a um sexto mandato presidencial.

A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko, enfrentando a violência policial. Mais de sete mil pessoas foram detidas e pelo menos três manifestantes já morreram durante os protestos.

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