A greve imposta pelos taxistas, por um período de dois dias, a contar da data de ontem, criou enormes transtornos às populações de Cacuaco. Os homens dos “azuis e branco” exigem que o Governo aprove um decreto em que os autoriza a preencher a lotação máxima das viaturas e satisfazer os outros seis pontos do caderno reivindicativo.
Sem táxis, as pessoas, algumas delas com a carga pesada à cabeça, foram obrigadas a percorrer longas distâncias a pé. Da comuna da Funda, passando pela Estrada Nacional 100 e Mercado do Kikolo, até à Moagem assistia-se uma situação desoladora por falta de táxis. Nem mesmo algumas viaturas ligeiras foram poupadas. O mesmo cenário foi registado da Avenida Ngola Kiluanje, passando pelo São Paulo, Mercado dos Kwanzas, Petrangol, até à vila de Cacuaco.
No mercado do Sabadão, um grupo de jovens vandalizou motorizadas de três rodas que procuravam ajudar algumas pessoas, sobretudo camponeses vindos das lavras com produtos agrícolas para serem comercializados nos mercados.
Foi o caso do jovem João Dongala, que viu os pneus da motorizada serem furados, sem nada fazer, devido ao número de arruaceiros presentes no local. “Só estacionei para descarregar o produto e os respectivos passageiros, quando quatro jovens munidos de facas rasgaram os pneus. Não reagi, sob pena de ser agredido também”, lamentou.
Funda sem autocarro
O dia foi, também, frenético para os moradores da comuna da Funda, que se viram privados de autocarros públicos de uma empresa privada que, normalmente opera naquela circunscrição. Contactados pelo Jornal de Angola, um dos responsáveis da empresa, que preferiu o anonimato, disse que a comuna da Funda dispõe de dois autocarros, dos quais um deles ficou com o pneu furado, enquanto outro reforçou a rota do Porto de Luanda, devido à maior procura verificada na manhã de ontem, por causa da greve dos taxistas.
A fonte assegurou que, hoje, serão repostos os referidos meios, que vão operar naquela via com lotação a 50 por cento, tal como determina o Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade.
Fonte: JA