O porta-voz da TAAG, Carlos Vicente, garantiu, ontem, em Luanda, que a companhia aérea angolana não está a cobrar taxa adicional aos passageiros que pretendem remarcar voos para o regresso ao país até 24 de Janeiro, data em que as autoridades vão suspender as ligações aéreas com Portugal, África do Sul e Brasil, devido às novas variantes da Covid-19 naqueles países.
Carlos Vicente anunciou, ainda, que em caso de necessidade, a TAAG vai ter voos de repatriamento sem custos adicionais, para atender os cidadãos que não conseguirem regressar até ao dia 24 deste mês. O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, anunciou há dias que não seriam cobradas taxas para remarcação de voos, mas persistem informações de que alguns cidadãos estão a ser obrigados a pagar valores elevados para garantir o regresso ao país, outros têm de submeter-se a voos de escala, mesmo tendo os bilhetes de ida e volta garantidos.
A decisão do Executivo em suspender as ligações aéreas com Portugal, Brasil e África do Sul a partir do dia 24 de Janeiro, teve como objectivo conter a propagação da Covid-19 e manter o máximo controlo da situação epidemiológica no país, atendendo a circulação da nova variante do vírus nestes países. Um dos cidadãos angolanos que se encontra em Portugal, disse que a maior parte dos que pretendem regressar, foram de férias ou em tratamento.
O jovem que não quis ser identificado, contou à nossa reportagem que foi a Lisboa em gozo de férias e afirma estar numa “situação de sufoco”, por não dispor de mais dinheiro para pagar a diferença que a companhia área exige. Disse que antes de os passageiros embarcarem para Luanda, têm de fazer um teste da Covid-19 no valor de 100 Euros. Ainda assim, são obrigados a fazer um novo teste em Luanda, que se segue com o cumprimento da quarenta domiciliar.
Outro cidadão que também está em Portugal de férias e não quis ser identificado disse que “a situação está complicada”. Revelou que vai regressar no dia 23 de Janeiro, mas tem de fazer o check-in com antecedência para não perder o lugar, “porque muitas pessoas estão a ser tiradas das marcações para darem prioridade aos que lhes convém”. O seu regresso estava previsto para o dia 3 de Fevereiro, por isso, teve de antecipar para não ficar retido em Lisboa.
Considerando que a via aéreas constitui o principal meio de circulação do vírus, o Executivo adoptou algumas medidas para diminuir o máximo possível o potencial de contágio. Depois de uma avaliação da situação epidemiológica e dos indicadores que existem em alguns países, particularmente aqueles com ligação aérea directa com Angola, nos casos da República da África do Sul, Portugal e Brasil houve a necessidade de suspender os voos.
O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, explicou na altura do anúncio da suspensão dos voos, que esta situação é temporária e ainda não está definido o período de duração. A ideia é que, regularmente, as instituições competentes façam a avaliação da situação e em função do resultado decidir as alterações que devem ser feitas.
De acordo com o plano de regresso de passageiros anunciado pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, hoje chega a Luanda um voo vindo de Lisboa (Portugal) e amanhã um outro proveniente de Joanesburgo ( África do Sul). Até ao dia 24 de Janeiro chegarão de Portugal, Brasil e África do Sul 11.100 passageiros, entre angolanos e estrangeiros residentes no país..
Passageiros incumpridores
A ministra da Saúde disse há dias que todos os passageiros vindos dos países com a nova estirpe da Covid-19, que não cumprirem a quarentena domiciliar obrigatória de dez dias, devem ser denunciados e encaminhados de forma coerciva para Calumbo, zona destinada a quarentena institucional. Sílvia Lutucuta afirmou que os cidadãos com resultados negativos vão cumprir a quarentena domiciliar obrigatória por um período de dez dias.
Fonte:JA