O primeiro-ministro, António Costa, convocou nova reunião com peritos para avaliar a situação epidemiológica no país e o alívio de restrições. O Presidente da República disse acreditar que o encontro com especialistas poderá ser o pontapé de saída para a “fase de transição da pandemia para a endemia.”
Está a ser realizada esta quarta-feira, nova reunião com especialistas em saúde pública que vão analisar a evolução da pandemia de covid-19 e o alívio das restrições em Portugal. O encontro com os peritos que têm aconselhado o Governo na gestão da crise sanitária foi convocado pelo primeiro-ministro, António Costa, numa altura em que se verifica uma diminuição no número de infeções e no índice de transmissibilidade do SARS-CoV-2, vírus responsável pela covid-19.
Mortalidade a sete dias está a reduzir
A mortalidade a 14 dias por milhão de habitantes ainda está elevada, uma vez que está acima da linha vermelha dos 20 óbitos.
Indicador estabilizou no fim de semana, com 63 óbito em 14 dias por milhão de habitantes. Uma tendência estável, diz Pedro Pinto Leite, da DGS.
Mas a sete dias, a mortalidade já está a diminuir, acrescentou.
Risco de letalidade por estado vacinal é duas a seis vezes menor nas pessoas com vacinação completa, acima dos 60 anos, face a quem não tem esquema completo.
Por cada 100 casos de pessoas infetadas na faixa etária dos 80 ou mais anos, a letalidade era de 13% para quem não tinha o esquema vacinal completo, 6% para quem tinha o esquema vacinal primário completo e 2% para quem tomou a dose de reforço, afirmou o especialista
Risco de internamento foi de duas a sete vezes inferior em quem tinha a vacinação completa
Risco de internamento foi de duas a sete vezes inferior em quem, com 50 ou mais anos, tinha a vacinação completa face a quem não tinha o esquema completo, disse Pedro Pinto Leite, da DGS.
“Por cada 100 pessoas infetadas com 80 ou mais anos, 23 eram internadas quando não tinham esquema vacinal completo. Quando têm esquema vacinal completo, de 100 apenas 10 são internadas e com a dose de reforço, destas 100 apenas 3 acabam por ser internadas”, disse.
Há uma estabilização de internados e uma tendência decrescente no número de casos internados em UCI.
96% da população com uma dose da vacina
Pedro Pinto Leite (DGS) refere que 96% da população tem pelo menos uma dose da vacina, “com duas doses 91% e com dose de reforço no grupo etário dos 50 e mais anos 88%”.
Pedro Pinto Leite (DGS). Positividade encontra-se a 18%
A proporção de positividade encontra-se atualmente em 18,8%, acima do valor de referência do ECDC, mas está a decrescer, disse Pedro Pinto Leite, da DGS.
Especialista referiu que estamos a realizar menos testes
Pedro Pinto Leite (DGS). Pico da incidência “terá ocorrido a 28 de janeiro”
Pico da incidência “terá ocorrido a 28 de janeiro” com 2789 casos a sete dias por 100 mil habitantes, afirmou Pedro Pinto Leite, da DGS.
Corresponde a uma média diária na semana que terminou a 13 de fevereiro (domingo) de 22 mil casos, referiu. Estamos numa fase decrescente da onda pandémica relacionada com a variante Ómicron, repetiu.
Todas as regiões com incidências com tendência decrescente, afirmou o especialista.
Todos os grupos etários apresentam uma incidência com tendência decrescente.
Pedro Pinto Leite (DGS). “Quinta maior onda desde o início da pandemia”
Reunião começa com Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral da Saúde (DGS). “Encontramos-nos na quinta maior onda desde o início da pandemia”, diz o especialista que fala numa tendência decrescente.
Portugal está com uma incidência a sete dias por 100 mil habitantes de 1562 casos, o que corresponde a menos 45% face ao período homólogo.
Peritos analisam a possibilidade de aliviar algumas restrições
Peritos e responsáveis políticos voltam esta quarta-feira para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, estando em cima da mesa a possibilidade de aliviar algumas restrições face à evolução positiva da pandemia.
Esta nova reunião de avaliação insere-se num contexto em que se considera que Portugal já terá atingido há cerca de 10 dias um pico em termos de casos de covid-19, com o número de infeções a apresentar agora uma trajetória descendente.
A reunião será aberta com intervenções do especialista em saúde pública da DGS Pedro Pinto Leite e do epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) Baltazar Nunes que vão fazer a “caracterização da situação epidemiológica” da covid-19 no país.
Seguir-se-á uma apresentação da investigadora Ana Paula Rodrigues do INSA, com o título “Vigilância na fase de recuperação da pandemia”, e do investigador Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, com o tema “Covid-19: Da emergência à endemia”.
Por fim, a pneumologista Raquel Duarte, da ARS Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, apresenta as “recomendações para a gestão da covid-19”.
Lusa