As relações entre Angola e o Brasil vão manter-se firmes, apesar dos recentes episódios ocorridos na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no país.
A afirmação foi feita, quarta-feira, à Angop, por uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, que considera as divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros da IURD um “mero acidente de percurso”. A fonte diplomática angolana disse acreditar que as autoridades dos dois Estados saberão ultrapassar esta situação, utilizando, para o efeito, os canais próprios.
Disse existirem razões muito mais ponderosas e positivas nas relações entre os dois países que este “mero incidente de percurso”, lembrando que não devem ser esquecidos os “fortes laços de sangue, cultura, amizade, fraternidade e cooperação forjados ao longo da História”. Esses laços, sustentou, “impedem a tomada de qualquer decisão emotiva e precipitada, susceptível de pôr em causa os interesses recíprocos dos dois Estados que, desde 1975, pautam as suas relações com base no respeito recíproco e no interesse mutuamente vantajoso”.
A fonte revelou, ainda, que Angola estará na disposição, se necessário, de fazer deslocar uma delegação a Brasília, a fim de esclarecer a situação junto das autoridades brasileiras e de, conjuntamente, estudar as vias para o aprofundamento e consolidação das relações entre os dois países.Esclareceu que Angola é um Estado Democrático e de Direito e, no respeito à separação de poderes, as autoridades políticas não podem intervir ou influenciar os processos judiciais em curso contra membros da IURD, acusados de crimes financeiros e de ordem moral em Angola.
O bispo Valente Bezerra Luís negou que o movimento reformador na IURD – Angola seja “racista e xenófobo”. Em recente entrevista à TPA, o homem que assumiu os destinos da IURD – Angola, depois da ruptura com a liderança brasileira do fundador Edir Macedo, esclareceu que o movimento tem apenas como propósito reformar a Igreja, e nunca atacar os “irmãos” daquele país.
Fonte:JA