Recursos aquáticos de África estão sob “sérias ameaças”

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A Comissária da União Africana, Josefa Sacko, assegurou ontem, na Ilha Mahé, na República das Seychelles, que os recursos aquáticos do continente estão “sob sérias ameaças”.

Falando no evento dedicado ao Dia Africano dos Mares e Oceanos, Josefa Sacko reforçou que, apesar dos  benefícios e oportunidades associados aos recursos aquáticos dos vastos oceanos, mares e águas interiores, o potencial da economia azul de África “ainda está vulnerável ao descarte descriminado de plásticos, derramamentos de óleo e à degradação ambiental do meio ambiente”.

Ainda em matéria de ameaças, referiu o rápido crescimento urbano e industrial, gerido de forma insustentável, resultando na forte poluição dos oceanos, incluindo o recente flagelo da poluição por plásticos e resíduos marítimos, causados por equipamentos de protecção individual, a perda da biodiversidade, tráfico ilegal e pesca ilegal indiscriminada.

Josefa Sacko disse que, apesar destes constrangimentos, existem no continente rios, lagos e pântanos transfronteiriços substanciais, “que são de importância estratégica, pois oferecem oportunidades para pesca, aquicultura, navegação, turismo costeiro, mobilização de petróleo e gás e outras actividades relacionadas à economia azul”.

Considerou que as enormes oportunidades dos 38 Estados costeiros e de outros insulares, que, em conjunto, abrangem uma estimativa de 13 milhões de quilómetros quadrados, “podem mudar a narrativa do continente como um motor para o desenvolvimento socio-económico e industrializado, criando empregos e a melhoria dos meios de subsistência para a grande população de África, em particular, para mulheres e jovens.

A União Africana, referiu, numa tentativa de enfrentar estes desafios, estabeleceu vários instrumentos e declarações pana-africanas, nomeadamente, a Estratégia Marítima Integrada 2050, adoptada em 2012, que  realçou a importância de os países africanos prestarem maior atenção aos seus interesses marítimos, O Quadro de Políticas e Estratégia de Reforma da Pesca e Aquicultura em África (PFRS) e  a Carta de Lomé, de 2016, que encorajou os Estados africanos a coordenar esforços para de abordarem a segurança marítima, protecção e desenvolvimento.

“Acima de todos estes instrumentos está o projeto e plano mestre da África para transformar o continente na potência global do futuro – a Agenda 2063 da União Africana: A África que queremos”, enfatizou.

Para apoiar os Estados-membros e instituições regionais a abordarem, efectivamente, os desafios críticos para o crescimento da economia azul, lembrou que a estratégia concentra-se em várias áreas temáticas, como pesca, aquicultura, conservação de ecossistemas, transportes e comércio, energia sustentável, minerais extrativos, gás, indústrias inovadoras, sustentabilidade ambiental, mudanças climáticas, infra-estruturas costeiras e governança.

Fonte:JA

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