A Presença de Joseph Kabila, antigo Presidente do Congo RDC, no leste do país levantou varias suspeita de ter aliança com o movimento Rebelde M23 que ocupa há meses as Provincias do Kivu Norte e Sul.
Entrentao, as autoridades da República Democrática do Congo (RDCongo) anunciaram hoje que pediram ao Senado para levantar a imunidade do ex-Presidente Joseph Kabila, acusado de envolvimento no movimento antigovernamental M23, apoiado pelo Ruanda, no leste do país.
A parte oriental da RDCongo, rica em recursos naturais e que faz fronteira com o Ruanda, tem sido assolada por conflitos desde há trinta anos, mas a violência intensificou-se com o ressurgimento do M23 no final de 2021.
Nos últimos meses, o Presidente democrático-congolês Félix Tshisekedi acusou repetidamente o seu antecessor Joseph Kabila de estar a preparar “uma insurreição” e de coordenar ou pertencer à Aliança do Rio Congo (AFC, na sigla em francês), o movimento político-militar que integra o M23.
Antigo Presidente eleito, Joseph Kabila, que dirigiu a RDCongo de 2001 a 2019, é senador vitalício.
“A justiça democrático-congolesa reuniu o máximo de provas tangíveis e irrefutáveis para apoiar o envolvimento claro e a participação direta do senador vitalício Joseph Kabila em crimes de guerra, crimes contra a Humanidade e massacres de cidadãos pacíficos” no leste do país, disse aos jornalistas o ministro da Justiça, Constant Mutamba.
“O Auditor Geral das FARDC (Forças Armadas da RDCongo), sob indicação do ministro da Justiça e do Guardião dos Selos, apresentou hoje a acusação solicitando autorização ao Senado para processar e levantar a imunidade do senador vitalício Joseph Kabila”, acrescentou.
O antigo Presidente da República é acusado de “traição, crimes de guerra, crimes contra a Humanidade e participação num movimento insurrecional”, disse o ministro.
O governante convidou Kabila a “vir enfrentar a justiça e apresentar a sua defesa”. Segundo a sua comitiva, o antigo chefe de Estado deixou a RDCongo antes das últimas eleições presidenciais, no final de 2023.
Em 19 de abril, as autoridades da RDCongo suspenderam as atividades do partido político de Kabila, acusado de manter um “silêncio cúmplice” face ao M23. Após a tomada de Goma, capital de Kivu do Norte, em janeiro, e de Bukavu, capital de Kivu do Sul, em fevereiro, o M23 prossegue a sua ofensiva nesta província.