Projectos de azeitonas aguardam pela chegada de “bons tempos”

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A província do Namibe registou, nos últimos anos, avultados investimentos privados, alguns com o apoio institucional do Estado, com a finalidade de relançar a produção de azeitona de mesa e azeite, para reduzir a importação destes produtos muito, mas nem tudo corre como previsto até aqui.

Além do projecto da Soazeites Lda, lançado em 2006, nascia, também há 15 anos, no vale do rio Bero, um outro levado a cabo pela empresa M. Múrias-Agricultura e Indústria Lda. O desafio era a produção de 23 hectares de olival para fornecer azeite e azeitona de mesa ao mercado nacional, num investimento de 1,5 milhões de dólares.

Entretanto, o mesmo não avançou, segundo um dos responsáveis, por ausência de um estudo preciso das características vegetativas e do ciclo vegetativo.

A empresa passou a apostar na produção de uvas de mesa e de vinha, mas os responsáveis garantem que não baixaram os braços e que tarde ou cedo as oliveiras vão produzir frutos.

Em 2016, um outro projecto foi lançado nos arredores da capital do Namibe. Trata-se da fazenda “Simão Cruz”, que contava com um espaço de 20 hectares para o cultivo de oliveiras.

Segundo apurou o Jornal de Angola, a fazenda importou da África do Sul oliveiras de origem italiana, num total de 14.400 árvores, mas nenhuma delas ter-se-á adaptado ao clima local, produzindo apenas lenha.

A empresa diz ter tido prejuízos de 72 mil dólares na compra das plantas (cada planta terá custado cinco dólares norte-americanos). Fez ainda investimentos na ordem de 1,5 milhão de dólares para a compra dum sistema de rega gota a gota.

O projecto previa que cada oliveira devesse produzir 20 quilos de azeitona/ano, e cerca de 25 por cento da produção seria destinada a transformação para azeite doce.

Na fazenda do centro prisional do Bentiaba, pertencente ao Serviço Penitenciário do Namibe, a produção de azeitona foi interrompida há alguns anos, segundo o director provincial, subcomissário prisional José Teixeira, devido a um erro de poda.

“Neste momento, estamos a fazer um trabalho de recuperação de 980 árvores de olival que já dura dois anos, mas até ao momento ainda não estamos a ter frutos”, disse, referindo que uma equipa deverá se deslocar a Portugal, nos próximos tempos, para especializar-se neste tipo de cultura.

Vladimir Prata | Moçâmedes

Fonte:JA

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