O Banco Mundial vai apoiar o Programa de Aprendizagem para Todos (PAT II) com 250 milhões de dólares, num período de cinco anos.
A informação foi tornada pública, ontem, em Luanda, pelo secretário de Estado para o Ensino Secundário, Gildo Matias, depois de um encontro com o director-adjunto do Banco Mundial, Armando Manuel, onde foi redefinida a estratégia de implementação do PAT II e abordados outros projectos existentes entre as duas instituições.
O secretário de Estado referiu que o encontro serviu, também, para analisar as perspectivas dos projectos de médio e longo prazos que o sector da Educação tem em parceria com o Banco Mundial.
O PAT II, referiu, surge nu-ma linha de continuidade, sobretudo nos programas para formação de professores, empoderamento das mulheres e raparigas, contemplando bolsas de estudo.
Gildo Matias disse que o PAT II inclui, ainda, uma componente estratégia na recuperação de infra-estruturas escolares e na construção de escolas, dando, também, apoio para que professores possam estar preparados para o ensino à distância.
“Pretendemos dar também atenção especial ao ensino profissional, expansão da rede do ensino pré-escolar e capacitação de professores”, disse o secretário de Estado para o Ensino Secundário.
Implementação do PAT
O Projecto de Aprendizagem para Todos, desenvolvido pelo Ministério da Educação com apoio financeiro do Banco Mundial, visa melhorar os conhecimentos e as competências dos professores, a gestão das escolas e desenvolver um sistema de avaliação dos alunos.
O PAT foi aprovado pelo Conselho de Administração do Banco Mundial a 26 de Setembro de 2013 e tornou-se efectivo em 2014. O projecto foi inicialmente estimado em 80 milhões de dólares, sendo 75 financiados pelo Banco Mundial e cinco pelo Governo de Angola.
Estes dados constam num documento do PAT, que dá conta, também, que, com o programa, espera-se que cerca de 15.000 professores do ensino primário em Angola melhorem os seus conhecimentos e competências de ensino, 500.000 estudantes beneficiem de ensino de maior qualidade, 842 escolas primárias sejam melhor organizadas e 167 apetrechadas e equipadas, para que consigam desempenhar o seu real papel.
O Executivo, ainda segundo o documento, está empenhado na melhoria do sistema de ensino em todo o território nacional e, para o efeito, tem desenvolvido diversas acções estratégicas que visam o aumento do nível de escolaridade dos jovens e da qualidade do ensino, de forma a elevar o nível do conhecimento e qualificação da população.
O PAT consiste ainda na formação profissional de jovens, para inserção no mercado de trabalho e na vida económica.
No documento lê-se que, apesar do progresso que se tem verificado no sistema de ensino a vários níveis, incluindo o aumento substancial no acesso à educação básica, Angola enfrenta ainda grandes desafios em termos de desempenho, que têm vindo a contribuir para baixos resultados de aprendizagem e disparidades de género.
Os baixos resultados estão associados ao abandono escolar precoce, por várias motivações, incluindo problemas pessoais, familiares, gravidez precoce, elevada distância entre casa e escola, associada à ausência de transporte público, problemas de saúde ou emocionais, insatisfação com a aprendizagem, baixa eficiência interna, fraca gestão e responsabilização e falta de financiamento sustentável.
De acordo com o documento, será dada atenção especial ao projecto de empoderamento das raparigas, através da melhoria do sistema educativo e do acesso à educação, aumentando a probabilidade de se matricularem e concluírem o ensino básico e secundário, o que lhes vai proporcionar oportunidades adicionais de continuarem os estudos ou entrarem no mercado de trabalho, melhorando assim as futuras escolhas.
Os resultados do PAT serão avaliados, entre outros aspectos, pelo aumento do número de adolescentes que usam serviços de saúde sexual e reprodutiva.
Fonte:JA