Um acordo estratégico para a transformação agrícola em Angola foi assinado, esta sexta-feira, em Luanda, entre a Minbos e a Fertífrica subsidiária integral do Noble Group visando o fornecimento de serviços de granulação de fertilizantes adaptados aos solos e culturas nacionais.
O protocolo estabelece que o fosfato extraído em Angola, no âmbito do Projecto Cabinda da Minbos, será processado localmente, permitindo que agricultores de todo o país tenham acesso facilitado a fertilizantes.
Durante a cerimónia, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, Castro Camarada, afirmou que a iniciativa integra-se no Plano de Desenvolvimento, no quadro do programa nacional de utilização e produção de fertilizantes. “Este protocolo vai criar capacidade de produção de fertilizantes no país, reduzindo a dependência total das importações. Sabemos do papel que os fertilizantes têm na produção agrícola; inicialmente serão produtos fosfatados, mas à medida que as actividades evoluírem será possível adicionar outros elementos no fabrico”, disse.
O governante considerou a parceria “um desenvolvimento importante e oportuno” para reforçar a produção interna de fertilizantes e correctivos agrícolas.
Por sua vez, o director de Estratégia do Noble Group, Carlos Alves, sublinhou que o acordo representa o empenho do grupo em prol da economia nacional. “Estamos a dar os primeiros passos na agricultura com a unidade de fertilizantes próxima do Corredor do Lobito, que funcionará como centro logístico para a expansão nacional e, possivelmente, para exportação num sector dinâmico”, declarou.
Segundo o responsável, o investimento na unidade ronda os 18 milhões de dólares, com capacidade para gerar cerca de 300 empregos directos.
A cooperação permitirá à Minbos iniciar a produção antes da conclusão da sua fábrica de fertilizantes fosfatados em Cabinda. Para tal, estão em curso planos para extrair e transportar rocha fosfática para o Porto do Lobito nos próximos meses.
A Fertífrica ficará responsável pela granulação, ensacamento e armazenamento dos fertilizantes, tendo como base a rocha fosfática. A unidade de Benguela será o primeiro centro integrado de granulação do país, fornecendo soluções nutricionais para a crescente base agrícola angolana.
O acordo prevê ainda a criação de um fórum de planeamento conjunto, destinado a explorar novas oportunidades de distribuição regional e desenvolver tecnologias de fertilizantes de última geração, com o objectivo de fortalecer a nutrição vegetal na África Subsaariana.
Fonte: Repórter Angola