A resiliência da Agricultura face ao efeito da pandemia da Covid-19 é vista como sendo dos principais traços das previsões do sector real da economia angolana em 2022.
“Estas previsões ocorrem não obstante o cenário de seca, a retoma do crescimento do sector das pescas face a reestruturação em curso, a dinâmica do sector da construção, influenciada pelo número de projectos implantados, ao longo do quarto trimestre de 2021, além de um melhor desempenho do sector do comércio”, avança o director nacional de Estudos e Planeamento. Luís Epalanga fez estas afirmações quando procedia à apresentação do perfil do comportamento dos sectores da actividade económica até 2022, durante o balanço do Ministério da Economia e Planeamento sobre o PRODESI e PREI.
Na cerimónia foram homenageadas instituições e personalidades que se destacaram na implementação das respectivas iniciativas do Governo. O director Luís Epalanga considerou de animador o crescimento de cerca de 0,2 por cento do PIB, em consequência do crescimento esperado do sector não petrolífero em cerca de 5,2 por cento, não obstante a contracção do sector petrolífero, incluindo o gás em 10,6 por cento.
O alto funcionário do MEP frisou que o peso do sector não petrolífero neste ano “reflecte os ganhos do processo de diversificação da economia conduzidos pelo Executivo nos últimos anos, quando a queda da produção do petróleo decorre do declínio da produção e fecho de alguns poços devido ao adiamento nos planos de investimento e atraso na perfuração devido os constrangimentos da pandemia da Covid-19”.
Apesar dos indicadores de crescimento de Angola em 2021, na visão do Banco Mundial serem de 0,4, o Fundo Monetário Internacional aponta para 0,1 e Governo de Angola aponta para 0,2, Luís Epalanga prefere fazer um diagnóstico mais cauteloso, em função da incerteza sobre a evolução da pandemia nos próximos meses. “O Banco Mundial espera que Angola cresça 3, 1 por cento do PIB em 2022, quando o FMI perspectiva um crescimento de 2,9, mas o Governo prefere fazer uma estimativa mais ponderada de 2, 4 por cento, porque não é possível prever ainda a evolução da pandemia, cujo grau de contaminação tem vindo a crescer nos últimos tempos”, disse.
Fonte: JA