O Presidente angolano, João Lourenço, realizou um encontro privado de três horas em Luanda, no sábado, com o seu homólogo da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi.
As conversações ocorreram um dia depois de o parlamento angolano ter aprovado um destacamento de um ano de até 500 soldados para o conturbado leste da RDC.
Mas Luanda disse que o contingente só será transferido quando tiver a certeza de que existem as condições adequadas nas áreas de acantonamento.

“Hoje, uma delegação do mecanismo ad hoc, que inclui oficiais militares, está a visitar estas áreas para confirmar que tudo está em ordem”, disse Francisco Furtado, ministro de Estado e chefe das Forças Armadas da Presidência angolana.
As tropas ajudarão a manter a paz em áreas controladas pelo grupo rebelde M23. A milícia retomou os combates no final de 2021 e conquistou grandes parcelas de território na província do Kivu Norte, na RDC.
O presidente de Angola desempenhou um papel fundamental na mediação na tentativa de acabar com o conflito, mas o último cessar-fogo que ele negociou entrou em colapso no início deste mês, no mesmo dia em que deveria entrar em vigor.
“Ainda é uma preocupação do governo da RDC que precisamos ver um engajamento de todas as partes, por parte do governo da RDC, por parte do Ruanda e também por parte do M23 em termos de cumprimento da cessação das hostilidades”, disse Furtado.
A RDC acusou o Ruanda de apoiar o grupo tutsi congolês, uma acusação que Kigali nega.