O Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA saudou, ontem, o discurso do Presidente da República, João Lourenço, proferido, na quarta-feira, no qual “assumiu uma verdadeira postura de estadista”, reiterando o contínuo compromisso de todos os angolanos em renovar constantemente o sentimento de reconciliação nacional, assumido a 4 de Abril de 2002.
Numa declaração, aquele órgão diz ter apreciado, “com enorme satisfação, o pedido público de desculpas e de perdão” por parte do Chefe de Estado, reflectindo “o sincero arrependimento e vontade de pôr fim à angústia que, ao longo de mais de 44 anos, muitas famílias angolanas carregam consigo”.
O MPLA reconhece que a construção de uma Nação reconciliada precisa de gestos genuínos, não só os carregados de simbolismo, mas, também, de actos como o iniciado na véspera, com a entrega das primeiras certidões de óbito aos familiares das vítimas do conflito do 27 de Maio de 1977.
Recorda que a acção de reconciliação entre angolanos resulta de um compromisso eleitoral feito pelo então candidato a Presidente da República. Após a sua eleição, acrescentou, João Lourenço criou, por Despacho Presidencial de 16 de Maio de 2019, a Comissão para a Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos que tem vindo a trabalhar num ambiente de harmonia com os representantes de partidos políticos com assento parlamentar, com membros de organizações da sociedade civil e familiares das vítimas.
O Secretariado do Bureau Político congratula-se, ainda, por o Chefe de Estado ter feito “um pedido público de desculpas e de perdão” abrangente, inclusive pelas almas de cidadãos mortos nas fogueiras da Jamba, dos passageiros do comboio do Zenza do Itombe, dos mártires do Cuito (Bié) e do Huambo. O MPLA considera que “este gesto conduz-nos à reconciliação genuína entre angolanos, independentemente das cores partidárias”.
Fonte:JA