Presidente angolano pede cessar-fogo na Ucrânia para evitar “escalada”

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“Como sempre o fizemos com relação às vítimas de outros conflitos em África, no Médio Oriente ou em outros cantos do mundo, também hoje estendemos a nossa solidariedade para com as vítimas civis do conflito que assola o território ucraniano”, afirmou João Lourenço, ao discursar na noite de segunda-feira (14.03), no Palácio Presidencial cabo-verdiano, na Praia, durante a visita de Estado que está a realizar a Cabo Verde.

O Presidente angolano apela a um cessar-fogo na guerra na Ucrânia, para evitar uma “escalada” até ao ponto de não retorno. Para conflitos em África, João Lourenço pede uma “ação concertada” dos países e soluções locais.

Angola mantém relações históricas com a Rússia desde o período anticolonial, mesmo após a desintegração da URSS, com João Lourenço a lamentar o regresso da guerra ao continente europeu no banquete oficial oferecido pelo Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves.

“O mundo acordou a 24 de fevereiro com o ressurgir da guerra na Europa, continente palco das duas guerras mundiais que o planeta conheceu. Embora não seja a primeira vez que a paz é quebrada na Europa, eis que 77 anos depois da segunda guerra mundial, que foi responsável por 50 milhões de vidas humanas perdidas, o ‘velho continente’ volta a enfrentar de novo esta realidade que a todos preocupa, pelas repercussões que pode atingir, se não houver contenção da parte daqueles diretamente envolvidos e dos líderes mundiais no geral”, apontou.

Mediação “neutra e credível”

Para João Lourenço, “talvez tenha havido nos últimos anos a oportunidade de dialogar e de negociar para se prevenir a guerra”. Contudo, “não tendo sido possível fazê-lo antes, há a necessidade, hoje, de se evitar a todo o custo a escalada do conflito para nunca se chegar ao ponto de não retorno”.0 seconds of 0 secondsVolume 90% Assistir ao vídeo01:54

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“Saudamos e encorajámos todos os líderes mundiais que de forma incansável se desdobram em múltiplos contactos diplomáticos na busca da paz e da segurança na Europa. Confiamos numa mediação internacional neutra e credível, que seja aceite pela Rússia e pela Ucrânia, e que contribua para se alcançar um cessar-fogo definitivo e a abertura de negociações alargadas para uma paz duradoura para todo o espaço europeu”, disse o chefe de Estado angolano.

João Lourenço, que iniciou segunda-feira (14.03) o programa oficial de três dias de visita a Cabo Verde, acrescentou que “com a crise energética e alimentar que se vislumbra à escala mundial, Angola está aberta ao investimento estrangeiro no setor energético do petróleo e do gás”, bem como no setor agrícola, de produção de cereais e outros produtos alimentares exportáveis, “a julgar pela disponibilidade de terras aráveis, bom clima e recursos hídricos abundantes”.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Fonte:DW

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