Do total dos mais de quatro biliões de kwanzas de depósitos concentrados na banca angolana, 36 a 38 por cento, até ao primeiro semestre deste ano, representa a poupança efectiva dos clientes ou seja, são dinheiros que os titulares de contas não pretendem movimentar no curto prazo, segundo dados do Departamento de Informação Financeira do Banco Nacional de Angola (DIF/BNA).
Em resposta a um questionário submetido pelo Jornal de Angola, a direcção do Departamento de Informação Financeira do BNA fez saber ainda que, do início do programa até final do primeiro trimestre, estavam abertas 862.180 contas Bankita à Ordem, 7.196 contas Bankita a crescer (a prazo) e transitaram para contas convencionais 207.440 pelo facto dos depósitos excederem os 250 mil kwanzas.
“Consideramos o conceito de poupança, segundo o qual é definida como a parcela da renda ou do património que não é gasto ou consumido no período em que é recebido e, por consequência, é guardado para ser utilizado em um momento futuro”, esclarece.
Todavia, segundo o DIF, para que os bancos comerciais possam exercer o seu papel primário, “a intermediação financeira”, é importante saber o montante e período determinado, durante o qual o cliente não poderá dispor do seu dinheiro para qualquer que seja o efeito ou necessidade. Isto para que o banco possa dispor do referido montante no tempo estipulado, servindo um potencial investidor ou consumidor disposto a pagar uma determinada taxa de juros por esses valores, durante o tempo pré-determinado.
“Assim funciona a relação entre os bancos e os clientes ou depositantes que, por sua vez, podem ser aforradores (quando poupam, o mesmo que fazer um depósito a prazo) ou devedores/consumidores/investidores (quando contraem crédito para consumir ou investir)”, pormenoriza a nota do DIF.
De acordo com o banco central, para 2022, prevê-se mais educação financeira, maior conhecimento e sensibilidade para instrumentos de poupança, tanto pelos bancos comerciais, como pelos cidadãos. Ganhar o hábito de poupança é fundamental para projectar-se um futuro melhor, independentemente da grandeza dos rendimentos individuais.
Para além do Projecto de Inserção de conteúdos de nessa perspectiva, o Banco Nacional de Angola para incentivar a poupança está a apostar na literacia financeira pelo sistema de ensino, no âmbito do protocolo de cooperação com o Ministério da Educação (MED). Está-se também, desde o início deste ano, a trabalhar com os ministério da Família (MASFAMU) e o da Juventude e Desportos (MINJUD), com base nos objectivos gerais e específicos das três instituições.
“Este Projecto encerra a realização de uma série de actividades, nomeadamente formação de multiplicadores para o curso de gestão de finanças pessoais e campanhas de sensibilização para a abertura de contas bancárias com os bancos comerciais aderentes ao Produto Bankita, a nível da sede (Luanda e Bengo) e das demais províncias, através de um trabalho conjunto entre as delegações regionais e as direcções regionais do MASFAMU e MINJUD”, conclui.
Fonte:JA