A Casa do Gaiato em Benguela, que actualmente acolhe 147 crianças de ruas e órfãs, recebeu na última sexta-feira, 31 de Março, bens de primeira necessidade, doados pelo Porto do Lobito, no quadro do encerramento das actividades alusivas aos festejos do 95° aniversário, que teve o ponto mais alto no dia 24 de Março
Por: Victor Kavinda
O donativo, resultante de uma campanha de recolha de bens realizada pelos trabalhadores desta unidade portuária, engloba roupa usada, arroz, óleo e massa alimentar, açúcar, bolachas, leite, salsichas, sardinha em lata, frango e peixe fresco, água mineral, entre outros bens de primeira necessidade que foram entregues aos “gaiatos” da cidade das “Acácias Rubras”, em Benguela com o objectivo de minimizar as dificuldades que o lar enfrenta.

O presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, que se fez acompanhar dos administradores Executivos, Romão de Andrade, Cristiano Sobrinho, directores de distintas áreas e assessores da empresa, disse que a iniciativa traduz a solidariedade de todos os trabalhadores que uniram sinergias em prol do amor ao próximo, particularmente as crianças da Casa do Gaiato.
Celso Rosas aproveitou a ocasião para apelar às demais instituições de caridade e não só a seguirem o exemplo de partilha e solidariedade, com vista a conferir maior dignidade às crianças e jovens, assim como melhorar a sua dieta alimentar, uma vez que, segundo o mesmo, num futuro breve poderão emprestar o seu saber à sociedade.
O PCA daquela unidade portuaria, garantiu igualmente, que acções do género, serão sempre feitas no âmbito das acções de responsabilidade social, no sentido de minimizar a falta de condições alimentares e não só, que se regista no seio dos petizes.

O padre Arnaldo Joaquim Diogo António, responsável da Casa do Gaiato, congratulou-se com o gesto solidário manifestado pelo Porto do Lobito em prol desta camada da sociedade referindo que, actualmente, a instituição controla um total de 147 crianças e jovens desamparados, provenientes de vários municípios que compõem a província de Benguela.
Aquele sacerdote, disse que, neste tempo grande parte das necessidades passam pela manutenção da vida da Casa porque as suas estruturas físicas, com cerca de 60 anos, apresentam já algumas fissuras, problemas de infiltração de água, dos balneários, entre outros.
A integração dos jovens é, no seu entender, um grande desafio porque os rapazes preparam-se e depois não encontram emprego para organizarem as suas vidas e deixarem os lugares para acolher outras crianças, sendo que é por via do emprego que garantem a sua autonomia.

“Isso dói-nos o coração, quando outras crianças batem-nos à porta e não temos lugar para elas”, lamentou.
A Casa do Gaiato, também conhecida como “Obra da Rua”, é uma instituição de solidariedade fundada em Portugal e que se estendeu a Benguela através do Padre Manuel Pereira, tendo já passado por Benguela, mais de mil rapazes que receberam formação e educação durante anos, com realce para profissões como serralharia e carpintaria, além de se dedicarem à produção agrícola.
