O Porto de Luanda não regista, há já dois anos, apreensão de drogas, um facto que é resultante da melhoria do sistema de controlo, revelou, ontem, ao Jornal de Angola o director de Segurança e Ambiente da empresa portuária.
Eduardo Samba relatou que, desde a melhoria dos mecanismos de controlo, “as pessoas que tentam trazer drogas para o país, com recurso a grandes técnicas, evitam o Porto de Luanda”.
De acordo com o responsável, o Porto de Luanda reforçou a segurança, depois da apreensão, em 2018, de 500 quilos de cocaína, que estavam camuflados num contentor com sacos de açúcar, que chegou ao país num navio proveniente do Brasil, sendo a maior apreensão registada pela empresa portuária.
“Os traficantes aproveitavam-se do grande volume de carga movimentada pelo Porto de Luanda para esconder drogas em mercadorias, para serem introduzidas no país”, acentuou Eduardo Samba.
A segurança do Porto de Luanda é integrada por uma “cadeia operativa”, em que estão incluídos a Direcção de Segurança e Ambiente do Porto de Luanda, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), a Polícia Aduaneira Fiscal e a Polícia Portuária.
Em cada terminal do Porto de Luanda estão instalados equipamentos, como “scanners pórticos” e câmaras de videovigilância, para o controlo de pessoas e de mercadorias importadas e exportadas, adiantou Eduardo Samba, que disse estar, também, em actividade uma Brigada Canina Aduaneira da Administração Geral Tributária.
Inspecções aleatórias de mercadorias que entram e saem do país têm sido também realizadas, confirmou o responsável pela Direcção de Segurança e Ambiente do Porto de Luanda.
Quando, numa inspecção por scanner, surge algum indício de presença de droga, o passo a seguir é a realização de uma “inspecção intrusiva”, que é caracterizada pela abertura do contentor, para se verificar mercadoria por mercadoria.
Eduardo Samba assegurou que, devido à especificidade do Porto de Luanda, a segurança está cada vez mais apertada, tendo dado como exemplo o facto de todas as pessoas que tenham acesso a qualquer terminal passarem por todos os mecanismos de segurança.
O director de Segurança e Ambiente do Porto de Luanda deu ênfase ao facto de haver já terminais, como a base da Sonils e da Sogester, com scanner facial, no âmbito de um projecto que está em curso.
Um outro projecto em curso é a aplicação do sistema de câmara de videovigilância em todo o perímetro portuário, avançou o responsável, que informou ainda a existência de um projecto, com execução a 80 por cento, que é a instalação de aparelhos para o reconhecimento de matrícula de viaturas que entram e saem do porto.
No seu entender, a avaliação do impacto do investimento tecnológico no combate ao tráfico de droga, no Porto de Luanda, é positiva.
A avaliação positiva, de acordo com Eduardo Samba, deve-se ao facto de o Porto de Luanda ter deixado de ser um local onde qualquer cliente entrava e saía sem registo.
“Hoje em dia, com a evolução tecnológica, até a mercadoria é controlada tecnologicamente”, sublinhou Eduardo Samba.
“Estamos em condições de detectar até um único fio de cabelo, porque, com toda a cadeia de segurança instalada no Porto de Luanda, não é possível que isto passe despercebido”, afirmou o director de Segurança e Ambiente.
O Porto de Luanda recebe mercadorias transportadas por navios que vêm de várias rotas, algumas das quais, referentes à América Central e à América do Sul, são submetidas a uma atenção redobrada, segundo o director de Segurança e Ambiente.
O responsável assegurou que “toda a cadeia operativa, a fiscalização e a segurança do Porto de Luanda ficam sempre informadas sobre o que vem de fora e, desta forma, se consegue determinar as linhas de risco”.
O Porto de Luanda, que completou, no dia 15 deste mês, 77 anos de existência e está situado na Baía de Luanda, recebe cerca de 80 por cento das mercadorias importadas.