Polícia deteve o pai que queimou filhos

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A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, repudiou, ontem, em Luanda, o acto cometido por um cidadão, já detido, que, sábado, queimou as mãos de três filhos menores, alegadamente, por terem me-xido na comida da vizinha.

Faustina Alves, que visitou as crianças, internadas, ontem, no Hospital Neves Bendinha, Distrito Urbano do Zango, em Viana, afirmou que nada justifica o que aquele pai fez. “Tal acto é totalmente reprovável e deixa sequelas profundas a nível físico e psicológico nas crianças”, disse. 

Informou que o Ministério que dirige tem desenvolvido projectos e acções que promovem a protecção das cri-anças, para se criar um ambi-ente seguro, no qual se promova o bem-estar completo dos menores. 

Faustina Alves disse esperar que o infractor seja punido, para que a sanção sirva de exemplo a outros que, eventualmente, pratiquem actos do género. Exortou os cidadãos a serem vigilantes e denunciarem actos de violência contra crianças. 

Apesar das dificuldades sociais e económicas das famílias, a ministra considerou que “nada justifica o aumento de conflitos e desestruturação familiar, fuga à paternidade e a violências à criança”.  
Repulsa do INAC 

O director-geral do Instituto Nacional da Criança (INAC), Paulo Kalesi, que acompanhou a visita da ministra Faustina Alves, revelou que a violência física contra menores tem estado a aumentar. Informou que, de Janeiro a Junho deste ano, foram re-gistados mais de 1.600 casos em todo o país. As ocorrências, sublinhou, são em quase todos os municípios. 

Referindo ao caso das três crianças queimadas, Paulo Kalesi afirmou que o INAC condena o acto e prometeu trabalhar junto dos órgãos de Justiça para que o autor seja responsabilizado criminalmente. 

Reafirmou o compromisso do INAC na prevenção e estratégias de comunicação para a mudança de hábitos que sejam prejudiciais às crianças. Segundo Paulo Kalesi, o INAC registou, até ao mo-mento, em todo o país, cerca de 70 casos de violência contra crianças, que resultaram em queimaduras. A maioria desses casos, sublinhou, registou-se no interior do país. 

Notou que muitos pais ou tutores fazem o uso da força como forma de punição contra as crianças, mas alertou que esta é uma prática reprovável. 

O director clínico do Hospital dos Queimados, Álvaro Pedro, disse que as crianças, que sofreram queimaduras do segundo grau, chegaram à unidade hospitalar já com algum atraso, quando a acção ocorreu no domingo. 

“Entre as três crianças internadas, a mais pequena, de 4 anos, é a que tem as lesões mais profundas e graves. Provavelmente, vai ficar mais tempo internada”, lamentou o médico, que disse ser prematuro dizer se será amputada. “Tem bom prognóstico e esperamos que a recuperação seja satisfatória”. De referir que o autor do crime foi detido, ontem, quando foi visitar as crianças.

Fonte:JA

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