ONG acusa G20 de “estar a dormir” sobre a dívida pública dos países

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A organização não-governamental (ONG) Comité para o Jubileu da Dívida acusou, no último fim-de-semana, o grupo das 20 economias mais industrializadas do mundo (G20) de “estar a dormir” relativamente à questão do elevado endividamento dos países vulneráveis.

Para o director de Políticas daquela ONG dedicada à sustentabilidade da dívida pública, Tim Jones, citado pela agência Lusa, o G20 está a dormir relativamente à questão da crise da dívida, que se intensifica nos países de baixo rendimento.

“O esquema de suspensão da dívida do G20 afectou menos de um quarto dos pa-gamentos e os planos de re-estruturação da dívida não abrangeu nenhuma dívida”, vincou. Segundo o economista, “a actual subida das taxas de juro a nível global vai piorar a crise e impedir os países de recuperar da pandemia, pelo que é urgentemente necessário forçar os credores privados a participarem nas reestruturações da dívida”.

Credores privados

As declarações de Tim Jones surgem depois de os ministros das Finanças do G20 reunidos, no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, terem reafirmado “a importância dos credores privados oferecerem tratamentos da dívida em termos pelo menos tão favoráveis tal e qual os dos credores públicos, em linha com o princípio do tratamento comparável”, diz a ONG, que lamenta não ter havido posição mais forte.

“O comunicado não anuncia quaisquer medidas que obriguem os credores privados a entrar nas reestruturações de dívida dos países mais vulneráveis, entre os quais está a Zâmbia, o Chad e a Etiópia, que pediram para aderir ao Enquadramento Comum para além da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), criada em Abril de 2020 para ajudar os países a suportarem o reforço da despesa pública nos sistemas de saúde”, lê-se.

De acordo com as informações apresentadas pelo Comité para o Jubileu da Dívida, retiradas da base de dados de estatística do Banco Mundial, “a DSSI levou à suspensão de menos de um quarto dos pagamentos de dívida para os países que aderiram, com os credores privados a receberem o maior volume de pagamentos de dívida, 14,9 mil milhões de dólares, tendo suspendido apenas 0,2 por cento dos pagamentos”.
O G20 reúne a 30 e 31 deste mês em Roma, na Itália.

Fonte:JA

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