Obra analisa crimes nas redes sociais

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O autor disse ao Jornal de Angola que o objectivo do livro é sensibilizar a sociedade, em particular os utilizadores da Internet, para terem consciência que os crimes nas redes sociais em Angola já são uma realidade diária.  
No país, explica Fernando Samuel, muita gente desconhece essa realidade, mas muitos, na procura de emprego e grandes negócios, são enganados por indivíduos com falsos perfis. 

O Código Penal vigente no país não tipifica esse tipo de crime, ao contrário do novo Código Penal que entra em vigor em Fevereiro de 2021. Segundo Fernando Samuel, o futuro Código Penal vai responsabilizar criminalmente as pessoas que praticam crimes nas redes sociais.

O autor do livro “Criminalidade Cibernética em Angola”  define as redes sociais como plataformas online onde as pessoas compartilham informações diversas, criam amizades, se comunicam e se relacionam entre si.  “As plataformas sociais mais utilizadas actualmente são o Facebook, Whatsapp,  Messenger, YouTube, Instagram, LinkedIn, Twitter, Snapchat e TikTok”, disse, acrescentando que “muitas pessoas usam as redes sociais apenas como ferramenta para descontracção, o que não está errado, desde que se tome os devidos cuidados, no período de férias principalmente, para que excessos e fotos inadequadas não prejudiquem o lado profissional de outrem”. 

Além disso, no dizer de Fernando Samuel, uma boa parcela de profissionais já percebeu que o uso adequado dessas ferramentas de comunicação pode potencializar as suas carreiras, promovendo o crescimento profissional através do Networking.  “Infelizmente, há indivíduos que fazem mau uso das redes sociais com a finalidade de atingir certas pessoas, manchando a imagem de individualidades, caluniando, difamando e insultando”.

O autor esclarece que esses tipos de crimes “estão bem especificados” no seu livro. De acordo com o mesmo, a Internet pode ser bem aproveitada, com a divulgação de acções realizadas e bem sucedidas. “Evite se autopromover demasiadamente para não soar a arrogância, use a inteligência, passando os seus conhecimentos para outras pessoas crescerem profissionalmente e evite debates inúteis”, aconselha.

Travar os piratas

Fernando Samuel refere que apesar de estarmos “ainda muito distante dos crimes cibernéticos existentes em países como França, Inglaterra, Brasil e Estados Unidos da América, já é altura de Angola parar os indivíduos que praticam os crimes informáticos”. Apontou como preocupantes no país a clonagem de cartões de crédito, a transferência ilícita via internet banking, as vendas simuladas de produtos via Internet, as violações dos direitos autorais e conexos, as inserções de dados falsos nos sistemas informáticos,  a espionagem (divulgação de segredos), ameaças e furtos.  Por isso defende a implementação urgente dos departamentos de crimes cibernéticos nas divisões e esquadras da Polícia.   
O autor sustenta que o seu livro é “uma grande ferramenta” para o Serviço de Investigação Criminal (SIC) descobrir e desmantelar os piratas informáticos. 

O livro, que fala sobre os crimes cometidos nas redes sociais, chegará ao mercado com a chancela da editora Whera Angola. O autor prevê uma digressão por diversas universidades de Benguela, Malanje e Cabinda, com a intenção de promover a obra. Além, naturalmente, de Luanda.

Fernando Rogério Samuel é bacharel em Ciências Criminais pela Faculdade de Ciências e Tecnologia do Insutec. É técnico de Informática e empreendedor no ramo informático. A ideia de escrever um livro sobre os crimes nas redes sociais era um velho sonho seu. E já está a escrever uma nova obra, cujo título não avançou. “A temática do novo livro não vai fugir ao de estreia, por sermos vulneráveis aos crimes informáticos”.

Fonte:JA

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