O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, reafirmou, em entrevista à Agência Angola Press (Angop), nesta quarta-feira, 2 de abril, o objectivo do Governo angolano de transformar, até 2027, a matriz energética concentrada nas fontes térmicas para as limpas.
Por ocasião dos 23 anos de Paz que se comemora no próximo dia 4 de abril, numa extensa conversa, descontraída e esclarecedora sobre os desafios e avanços do sector energético e hídrico em Angola, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, mencionou que Angola avança na implementação de projectos de energias renováveis, com destaque para a expansão do parque solar do Caraculo, na província do Namibe, e a construção de novos parques solares no Lubango e Quipungo (Huíla), Catete (Icolo e Bengo) e Malanje, entre outros.
O Governo está fortemente comprometido com as energias renováveis e com o objectivo de manter as energias renováveis como suporte e base do sistema eléctrico de Angola, em particular através de uma forte aposta no potencial hidroeléctrico do País.
É objectivo da presente estratégia diversificar a aposta nas energias renováveis através de um papel crescente das novas energias renováveis, incluindo as pequenas hidroeléctricas.
Segundo João Baptista Borges, “nós temos um potencial energético solar de 57.000 MW intalados, mas nós não exploramos ainda nem 2% desse potencial”.
Angola conta actualmente com sete parques solares concluídos, totalizando cerca de 370 MW de capacidade instalada. Outros dois projectos estão em fase de conclusão no Bié e Bailundo, que visam atender áreas remotas.
O ministro destacou também que o Governo investe em sistemas off-grid, com parques solares e baterias em 60 localidades, como Cazombo e Luau, adicionando mais 300 Mw à rede eléctrica nacional.
Um acréscimo de 600 Mw será acrescentado à caoacidade de geração com a construção de dois novos parques solares em Catete e Malanje, fazendo com que o país tenha aproximadamente 1 gigawatts de nova capacidade energética renovável.
A central hidroeléctrica de Caculo Cabaça, uma das maiores de África, vai reforçar a produção contínua de electricidade.
Entre diversos assuntos, João Baptista Borges reconhece que a tarifa de energia é das mais baixas do mundo, o que poderá ser corrigido brevemente, salvaguardando os consumidores de baixa renda que poderão beneficiar de tarifa social.
Por outro lado, em relação a água, o ministro disse que, embora tenhamos bastantes rios, ainda estamos aquém dos indicadores de abastecimento que pretendemos, ou seja, “ainda não temos água suficiente em casa”!
Em seu entender, isso pressupõe que “temos que continuar a investir cada vez mais em ifra-estruturas de abastecimento de água, que é captar, tratar e levar às casas das pessoas”.
O combate às ligações clandestinas, ao vandalismo e roubo de equipamentos, constituem prioridades do sector, pois geram prejuízos financeiros e operacionais avultados ao Estado.
O governante reconhece igualmente que ainda há carências que resultam no “mercdo de cisternas etc, a circularem de um lado para o outro, como reflexo da pouca capacidade de abastecimento que ainda existe”.
O importante é fazermos um caminho que nos mostre que a nossa taxa de crescimento destes bens (energia e água) e serviços, é maior que a taxa de crescimento da população. “Isso prova ou provará que estamos a fazer progresso e que vamos chegar ao objectivo.
A população deve ter confiança no trabalho que está a ser feito pelo Executivo, nos esforços que estão a ser feitos e, sobretudo, que tenha consciência que há uma elevada prioridade que é dada a este sector pelo Titular do Poder Executivo”, referiu.
No mesmo sentido, aconselha os cidadãos a serem mais vigilantes e a não permitir ilegalidades. “Se você deixa que o seu vizinho ligue ilegalmente a energia, você está a fazer com que amanhã não tenha esse bem; se você deixa que lhe roubem o tubo que leva água à sua casa ou ao seu bairro, amanhã vai ficar sem ela”, alertou. Fonte: (J24 Horas)