Vamos trazer à tona um assunto muito sério e doloroso: a falta de humanização no atendimento de saúde, especialmente no Hospital Josina Machel, e casos de óbitos que podem ser atribuídos à negligência e à ausência de cuidados básicos. Essa questão envolve tanto falhas estruturais como comportamentais, e merece atenção urgente. Segue um panorama baseado em relatos jornalísticos e especialistas.
Nos últimos tempos, às coisas no hospital Josina Machel, estão feias. Um estudo feito por jovem, daquela unidade hospitalar, segundo a fonte fez uma análise do número de mortes causadas por negligencia médica, em 6 meses, o hospital registou um número assustador de mortes e em quase 800 mil óbitos.
Situação actual e factores identificados
- Falta de humanização e infraestrutura sobrecarregada
- A humanização no atendimento ou seja, o acolhimento empático, o cuidado individualizado e o respeito ao paciente ainda é uma das principais fraquezas do Sistema Nacional de Saúde em Angola, incluindo hospitais públicos como o Josina Machel.
- A sobrecarga de pacientes nas emergências, a falta de recursos humanos e materiais adequados, bem como problemas éticos e de comunicação, contribuem para que os pacientes se sintam desamparados.
- A infraestrutura também mostra sinais de desgaste: muitos equipamentos têm mais de 13 anos, apresentam avarias constantes, e o número de camas, apesar do aumento nacional, ainda não atende à demanda.
- Falta de medicamentos e atendimento indigno
- Mesmo sendo hospital regional, o Josina Machel enfrenta queixas em relação a atendimento precário: pacientes às vezes são colocados no chão em bancos de urgência lotados com condições insalubres.
- Há casos documentados de falta de medicamentos e materiais básicos: soros, algodões, medicamentos antimaláricos muitos pacientes precisam comprar fora o que deveria ser disponibilizado pelo hospital.
- Mortes por complicações evitáveis e atrasos no atendimento
- No setor de cirurgia maxilofacial, mortes caíram com a abertura de internato de especialidade (de oito por semana para três por mês), demonstrando a eficácia da atuação especializada no acolhimento imediato dos pacientes.
- Porém, muitos pacientes chegam ao hospital em estado terminal por falta de acesso precoce ou por recorrerem inicialmente a curandeiros o que agrava o quadro e aumenta os riscos de morte.
- Causas sistêmicas: desvalorização profissional e falta de apoio
- Trabalhadores da saúde relatam baixos salários, exaustão por sobrecarga de trabalho e falta de condições que prejudicam a autoestima e comprometem a dedicação ao cuidado humanizado.
- Especialistas ressaltam que a humanização só será efetiva com condições dignas de trabalho, valorização profissional, fiscalização e políticas coerentes.
Em resumo: os principais desafios são:
- Infraestrutura precária e sobrecarga falta de camas, equipamentos antigos, urgências lotadas.
- Falta de medicamentos e materiais básicos, obrigando pacientes a comprar o que deveriam receber.
- Carência de profissionais especializados em número suficiente levando à demora ou à qualidade abaixo do ideal no atendimento.
- Déficits na formação e humanização, além de desvalorização dos profissionais.
- Barreiras no acesso e atraso no atendimento, especialmente para populações mais vulneráveis e provenientes de outras províncias.
Caminhos possíveis para mudança
- Ações estruturais: melhorar infraestrutura, renovar equipamentos, contratar e capacitar mais profissionais.
- Formação em humanização: programas específicos que promovam empatia, comunicação e acolhimento ao paciente.
- Melhoria das condições de trabalho: salários adequados, respeito profissional, gestão alinhada com princípios éticos.
- Fiscalização e controle de qualidade: garantir que serviços realmente sejam prestados com ética, eficiência e cuidado.
- Apostar na rede primária: como alertam sindicatos, fortalecer a atenção primária pode aliviar a carga sobre hospitais terciários e ampliar o acesso humanizado.