O presidente do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), Munir Akram, espera que o primeiro balanço de Angola sobre Objectivos de Desenvolvimento Sustentável reflicta, de forma geral, as dificuldades dos países menos desenvolvidos.
Munir Akram, também representante permanente do Paquistão junto das Nações Unidas (ONU), disse, terça-feira, à Lusa, que a primeira apresentação de Angola do relatório nacional voluntário sobre o desenvolvimento, na próxima terça-feira, deverá “reflectir os desafios de desenvolvimento que muitos outros países enfrentam”.
Acrescentou, porém, que “Angola é muito peculiar, um país menos desenvolvido e produtor de petróleo, com uma economia única”.O presidente do ECOSOC considerou que toda a comunidade internacional “aguarda com expectativa uma conversa com Angola” e concluiu com a “certeza” de que o país vai “identificar formas de cooperação multilateral e bilateral para o futuro”.A apresentação da revisão nacional de Angola será realizada, na terça-feira, no Fórum Político de Alto Nível sobre desenvolvimento sustentável, promovido pelo ECOSOC, iniciado na segunda-feira e se prolonga até ao dia 16 deste mês, até à adopção de uma resolução ministerial sobre o desenvolvimento sustentável.
O presidente do ECOSOC salientou, em conferência de imprensa, que o fórum reúne-se numa altura “extremamente difícil”, com vários desafios: a pandemia da Covid-19, retrocesso no desenvolvimento e crise climática.Os relatórios nacionais voluntários são focados na implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos e assumidos na Agenda 2030.
Segundo o diplomata paquistanês, as revisões nacionais “não só apontam desafios e dificuldades nas políticas que os países formularam, mas, também, as expectativas na cooperação e apoio do sistema multilateral global e parceiros bilaterais”.O interesse de Angola para apresentar a revisão nacional pela primeira vez foi expresso numa carta do ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, a 13 de Maio do ano passado.
Segundo documentos disponíveis “online” na plataforma do Fórum Político de Alto Nível, Angola está a realizar “uma série de reformas importantes no domínio económico” e os esforços do Governo resultaram numa melhor avaliação do país (para nível médio) no índice de desenvolvimento humano.
O documento cita que “Angola é dotada de importantes recursos humanos e naturais, essenciais para a transformação e diversificação estrutural e para potenciar a produtividade e a prosperidade inclusivas e sustentáveis, reforçadas por instituições sólidas”.Um dos maiores desafios é aumentar a qualidade do trabalho e reduzir a pobreza multidimensional, fornecendo “acesso inclusivo” à “educação de qualidade, capacitação técnica e profissional, água potável, energia eléctrica e Internet.
Fonte:JA