O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, defendeu, ontem, em Luanda, uma maior mobilização dos angolanos no combate à corrupção.
Ao discursar na Conferência Nacional sobre o Combate à Corrupção em Angola, organizada pelo Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) através da Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), Francisco Queiroz disse que a soberania política no país está garantida, restando apenas a económica, que tem a corrupção como o maior inimigo.
Segundo o governante, o país viveu uma situação económica, política, social e cultural caracterizada por uma corrupção institucionalizada, razão pela qual o Presidente João Lourenço colocou o combate à corrupção no topo das prioridades.
“Era preciso pôr cobro à situação, pois os efeitos da corrupção sobre a vida dos cidadãos são visíveis para todos”, afirmou Francisco Queiroz, lembrando que o uso criminoso de receitas do Estado para fins pessoais, longe dos objectivos de interesse público, geraram efeitos negativos no crescimento económico, político e social do país, aliado à falta de credibilidade diante de outros Estados.
Angola está na posição 142, num universo de 180, no ranking internacional dos países que combatem a corrupção, impunidade e promovem os direitos humanos, referiu o ministro, salientando que esta posição não dignifica o país.
“O combate contra a corrupção constitui uma prioridade política que todos os cidadãos devem abraçar por ser um dever patriótico”, afirmou o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, lembrando que o combate à corrupção visa, sobretudo, moralizar a sociedade, recuperar os valores e a dignidade humana.
“Não queremos ficar bem apenas na fotografia dos 180 Estados, mas sim lutar para o resgate da dignidade e orgulho patrióticos”, referiu o ministro, recordando ainda que “um país corrupto dificilmente consegue atrair investimento e a competitividade internacionais”.
Defendeu o aumento do orçamento do sector da Justiça, para salvaguardar a soberania económica do país. “Hoje o inimigo de Angola é a corrupção e os tribunais devem ter o orçamento para fazer face a esta situação”, apelou. Ainda assim, reconheceu que os órgãos de Justiça não são suficientes para combater a corrupção ao nível em que este fenómeno atingiu.
“Precisamos da intervenção de toda sociedade”, afirmou o ministro, salientando que “a educação é essencial para formatar as mentes”, disse,
Fonte:JA