Mbanza Kongo sem condições para dinamizar turismo cultural

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A falta de condições básicas para dinamização e exploração do turismo cultural em Mbanza Kongo, é um dos aspectos negativos à valorização da antiga capital do então Reino do Kongo à Património Mundial da Humanidade, criticou, ontem, no Zaire, o docente universitário Miguel Fernando.

Para o docente e membro do Comité de Gestão Participativa do Centro Histórico de Mbanza Kongo, é indigno que quatro anos depois da elevação, a cidade ainda tenha problemas com a falta de unidades hoteleiras de referência, agências de viagens e guias turísticos, capazes de dinamizar o sector do turismo na região e criar riqueza e emprego.

Convidado a palestrar sobre “Turismo como uma das maiores fontes de geração de em-prego para o país”, parte de um seminário, realizado em alusão ao 4º aniversário da inscrição de Mbanza Kongo na lista do Património da Hu-manidade, e dos festejos dos 515 anos desde a fundação do antigo Reino do Kongo, comemorados a 8 de Julho, Miguel Fernando pediu ao Executivo, para criar, com urgência, condições para que a cidade possa fazer valer o estatuto.

No seminário, realizado sob lema “Juntos caminhemos na conservação, protecção do Património cultural mundial”, o docente adiantou que o processo de valorização de Mbanza Kongo deve começar já, para depois de alguns anos somar ganhos.

“Não é possível que quatro anos depois Mbanza Kongo ainda não tenha explorado o potencial turístico local, por falta de condições básicas. As agências de viagem e os guias turísticos são imprescindíveis para o turismo, eles são os monitores, que dão a informação fidedigna aos turistas, investigadores de visita a província. A formação de quadros especializados em hotelaria e restauração também é importante, assim como a predisposição das instituições locais no processo de facilitação e fiscalização dos agentes do sector do turismo”, frisou.

O docente universitário defendeu a importância de maior divulgação e incentivo do turismo interno, com pacotes atractivos e ao alcance da juventude. “Poderia se construir bungalos, restaurantes, piscinas e colocar à disposição dos jovens a preços de atractivos. Uma outra temática a ser explorada é o agro-turismo, um segmento muito atractivo que a região dispõe”, destacou.

A ideia, continuou, é estimular os processos de sensibilização colectiva, relacionados à preservação patrimonial de recursos naturais e culturais nos destinos turísticos e in-centivar a implementação de modelos de gestão inovadores voltados para inclusão social, assim como a geração de emprego e renda.

Além de Miguel Fernando foram convidados a participar no seminário o antropólogo Manzambi Vuvu Fernando, que falou sobre “Dom Afonso I (Ne Mvemba a Nzinga) e a edificação da cidade de Mbanza Kongo”, e o director adjunto do Instituto Nacional do Património Cultural, Emmanuel Caboco, cujo tema foi “A valorização do património mundial: Mbanza Kongo em gestão”.

O programa das celebrações do Festival Internacional da Cultura Kongo (FestiKongo) inclui ainda actividades desportivas, um almoço de confraternização e homenagem aos ex-administradores de Mbanza Kongo e respectivas comunas, no dia 23, diversas visitas a locais históricos. As celebrações terminam no dia 27 deste mês.

Fonte:JA

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