O ex-ministro angolano das Relações Exteriores, embaixador Manuel Augusto, é o enviado especial da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) para observar a segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, agendada para domingo.
Nomeado pelo presidente da CEEAC, o também embaixador angolano Gilberto da Piedade Veríssimo, com o objectivo de assegurar a organização pacífica da segunda volta das eleições presidenciais, Manuel Augusto deve ficar em São Tomé e Príncipe 30 dias.
Manuel Augusto, que chegou quarta-feira à cidade de São Tomé, foi recebido, no mesmo dia, pela ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Edite Ten Jau, com quem abordou a necessidade da realização de um exercício político e cívico livre, transparente e pacífico.
A missão da CEEAC, iniciada a 1 de Setembro, poderá ser prorrogada de acordo com a evolução da situação no país. Na primeira volta das presidenciais em São Tomé e Príncipe, realizada em 18 de Julho, a abstenção foi de 32,24 por cento. Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa apuraram-se entre os 19 candidatos da primeira volta para este segundo turno.
O calendário eleitoral são-tomense previa a realização da segunda volta das eleições em 8 de Agosto, mas tal não foi possível por causa de um contencioso interposto pelo terceiro candidato mais votado, Delfim Neves, que gerou uma crise no país e paralisou o Tribunal Constitucional, estagnando o processo eleitoral por quase duas semanas.
A Justiça acabaria, no entanto, por indeferir o pedido de contagem dos votos exigido por Delfim Neves e validou os candidatos da ADI, Carlos Vila Nova, e do MLSTP-PSD, Guilherme Posser da Costa, para a disputa da segunda volta.
A nova data, 5 de Setembro, indicada pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN), prevê a proclamação dos resultados definitivos em 12 de Setembro. O candidato Carlos Vila Nova, apoiado pela Acção Democrática Independente (ADI), foi o mais votado na primeira volta das eleições, registando 43,3 por cento dos votos.
Guilherme Posser da Costa, apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), foi o segundo mais votado, com 20,7 por cento dos votos.O mandato de Evaristo Carvalho, Chefe de Estado cessante, expira hoje, 3 de Setembro, mas acabou por ser prolongado até à tomada de posse do vencedor das eleições de domingo, no âmbito de uma lei especial votada pelo Parlamento.
Fonte:JA