O Governo de Malanje auscultou as inquietações dos empreiteiros aos quais foram adjudicados obras de terraplanagem de estradas, do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios, que estão paralisadas ou em andamento moroso por várias razões.
O encontro, orientado pelo vice-governador para o sector Técnico e Infra-Estruturas, Angelino Quissonde, serviu para a busca de soluções imediatas, e contou com a presença de administradores municipais adjuntos, fiscais de obras, responsáveis das Finanças e do Gabinete Provincial de Estudos e Planeamento.
As preocupações dos empreiteiros convergiram, fundamentalmente, na falta de pagamentos, facto que tem condicionado, sobremaneira, o andamento dos trabalhos.
O director-geral da construtora Brasgola, encarregada da reabilitação do troço da sede municipal de Luquembo/sector de Luquembo Soba, numa distância de 25 quilómetros, disse que a empresa que dirige paralisou as obras, que arrancaram em Setembro do ano passado e deveriam terminar em Junho último, por falta de pagamento.
Kituca Manuel revelou que as obras, orçadas em 288 mi-lhões de kwanzas, só foram pagas apenas 15, 75 por cento do valor.
“Apresentamos, nos meses de Janeiro e Maio, dois autos de medição, cujo pagamento não foi efectivado pelo Ministério das Finanças, pelo que nos limitamos a fazer trabalhos mínimos, como a manutenção dos equipamentos”.
Por sua vez, o director da Comercial Dala Nganga, António Sócrates, que está a terraplanar a via comuna do Cuale/ Sector do Quinje, no município de Calandula, numa extensão de 75 quilómetros, defende a realização de novos orçamentos, alegando que a paralisação das obras originou a invasão do capim sobre algumas estradas. “Isso obriga-nos a refazer os trabalhos e a reforçarmos os equipamentos por estarmos próximos do tempo chuvoso ”, disse.
Pagos 80 autos de medição
Ao intervir no auto, o vice-governador, Angelino Quissonde, fez saber que “80 processos de autos de medição de reabilitação de estradas já foram pagos , restando apenas seis por liquidar, e 36 outros estão em curso para o devido pagamento dentro de aproximadamente 30 dias”.
Segundo o governante, o encontro com os empreiteiros e fiscais permitiu identificar os problemas do atraso das obras . “Encontramos as soluções para o bom andamento dos trabalhos de terraplanagem”, assegurou.
“Encontros do género”, prosseguiu, “têm de ser realizados sistematicamente, devendo as administrações municipais serem actuantes, na medida em que as construtoras manifestaram o desejo de redobrar os esforços para acelerarem os trabalhos desde que sejam pagas”, frisou.
Angelino Quissonde in-formou que foi criado um Sistema de Desburocratização e de Cabimentação Imediata dos autos de medição e relatórios para que, “a breve trecho” estes processos sejam enviados à Direcção Nacional de Investimentos Públicos.
“Desta forma as empresas vão receber os valores atempadamente e poderão cumprir escrupulosamente com as empreitadas”, realçou.
O vice-governador adiantou que, nos próximos dias, vai efectuar visitas de constatação às obras com vista à busca de soluções imediatas.
“O Governo encoraja as construtoras a continuarem com o espírito de missão para que a população tire proveito da reabilitação dos mil e 731 quilómetros de estrada”, disse.
“Agora que identificámos os problemas”, acrescentou, “creio estarem criadas as condições para o arranque dos trabalhos e serem concluídos dentro dos prazos acordados”.
Fonte:JA