Um total de 295 mortes por HIV/Sida foi registado, desde o princípio do ano até agora, na província do Bié, segundo dados da direcção local de Saúde Pública.
O director do Gabinete Provincial da Saúde, João Campos, que considerou, ontem, o quadro como “assustador”, sublinhou que as mortes foram observadas num grupo de 189.725 pessoas testadas, das quais 4.340 reagiram positivas ao VIH.
João Campos disse que os serviços da Saúde têm estado a trabalhar na componente de sensibilização para a população aderir às acções de prevenção e tratamento da doença. Contudo, nos últimos dias, referiu que o contexto condicionou a actuação dos agentes do sector.
Por exemplo, o médico lamentou o facto de, em 2020, os pacientes terem deixado de comparecer aos centros de aconselhamento e testagem, por causa das limitações de mobilidade impostas pela Covid-19.
“Essa situação, agravou o estado desses pacientes, por falta de assistência e medicação. Muitos faleceram assim”, lamentou o responsável para quem os casos de mortes foram de “efeitos cascata”, abrangendo crianças e adultos.
O director defendeu, por isso, o alargamento do programa de combate à doença, no âmbito do projecto “Nascer Livre para Brilhar”.
Maior facilidade ao teste
No quadro desses esforços, João Campos realçou que foram já instalados mais de 100 centros de aconselhamento e testagem voluntária nas unidades hospitalares da província, onde, quinzenalmente, os técnicos efectuam visitas domiciliares, quando necessário, para recolhas de amostras em crianças expostas.
O médico disse, ainda, que o novo esquema de trabalho tem facilitado o acesso de várias famílias aos centros de aconselhamento e testagem, no sentido de certificar o estado de saúde, gesto que acredita contribuir para a redução dos casos de VIH/Sida.
João Campos garantiu que os serviços de saúde no Bié vão continuar a aprofundar o trabalho primário que se cinge, sobretudo, na prevenção, para que os pacientes com o vírus da Sida possam ter uma vida produtiva.
Fonte:JA