Lucros dos bancos caem 237 por cento

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O resultado líquido dos bancos angolanos, em 2020, registou uma queda de 237 por cento em comparação ao ano anterior, resultando numa perda acumulada de 165,9 mil milhões de kwanzas, de acordo com o relatório “Banca em Análise” da Consultora Delloite.

O estudo apresentado, ontem, em Luanda, e que avalia a evolução do sector bancário, justifica a “derrapagem” nos resultados face ao reconhecimento da “menos-valia na cessão de 80 por cento da carteira de crédito malparado do BPC à Recredit”.

Sem a inclusão do Banco de Poupança e Crédito na informação em análise, os resultados líquidos, em 2020, teriam registado um decréscimo de 32 por cento face a 2019.

Segundo os relatórios, as maiores taxas de crescimento do resultado líquido em 2020  foram do BSOL, BCI, BIR, SCBA e do BOCLB, tendo registado um aumento em 118 por cento, 116 por cento, 108 por cento, 97 por cento e 92 por cento, respectivamente, face a 2019.

Relativamente aos cinco maiores bancos do sistema financeiro em termos de activos, o BAI, BFA, BPC, BIC e ATL registaram um decréscimo significativo de 76; 25; 30; 70 e 49 por cento, respectivamente.

O presidente da Comissão Executiva da Deloitte, António Barata, considerou, à margem da apresentação, que apesar da redução do desempenho nos resultados líquidos, em 2020, o sistema bancário ainda continua a ter resultados positivos em comparação com 2019, do aumento dos depósitos de clientes e as transacções feitas em terminais de pagamento automático.

De acordo com as demonstrações financeiras, dos 25 bancos que integram o sistema financeiro angolano( com excepção do Banco Económico), que constituíram objecto do presente estudo da Deloitte em 2020, o sector registou um aumento no total dos activos de 19 por cento, e um ” crescimento relevante” de 10 por cento do Crédito Líquido a Clientes.

Dados indicam que o aumento dos créditos é resultante do Aviso nº 4/2019 e posteriormente do Aviso n.º 10/2020, que visa apoiar as iniciativas do Executivo orientadas para a diversificação da economia, nomeadamente o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).

Pese embora  as políticas de concessão de créditos pelo BNA terem influenciado  no crescimento, os bancos ainda continuam a apostar em dívida pública nacional ao invés do crédito a clientes, justificado pelas debilidades na prestação de informação contabilística, por parte das empresas nacionais.

Em relação ao crédito concedido, o ranking  da Deloitte posiciona os bancos BOCLB, BCH, YETU, BIR e o BPG no top 5,  tendo aumentado em 22 611 por cento, 1 116, 180, 168 e 115, respectivamente, quando comparados a 2019.

Fonte:JA

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