Um cidadão português, que se encontra desavindo com o seu antigo sócio, o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” – por alegado incumprimentos de pagamentos – está a ser dado em círculos europeus como estando a chantagear membros do antigo círculo presidencial angolano, com ameaças de vazamento de segredos sobre a fraude das eleições de 2008, em Angola.
A partir de Lisboa, o cidadão portugues, Nuno Pereira, reclama ter prestado serviços para os generais do antigo Presidente José Eduardo dos Santos (JES), nas eleições de 2008, através de empresas veículos tais como a W T L – World Transportes e Logística Lda e a GIKAPA – Construção Limitada, conotada ao antigo patrão da Casa de Segurança da Presidência da República, Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”.
Constituída aos 8 de Novembro de 2004, a GIKAPA- Construção Limitada, foi registada em nome de Marcos Guilherme Wolf Carreira (ex-assessor de “Kopelipa” e filho do falecido ministro da Defesa “Iko” Carreira), Paulo da Cruz Pinheiro da Silva (testa de ferro de “Kopelipa”), Luís Filipe da Silva Duarte e Francisco José Barros Miguel.
De acordo com o que se apurou, os serviços prestados pela GIKAPA resultaram em sobrefacturações durante a realização das eleições de 2008, entre outros actos que terão lesado os cofres do Estado.
O gestor /sócio Nunes Pereira, que trabalhou para estas empresas em Angola, alega que foi “defraudado” pelos generais pelo que ameaça vazar documentos comprometedores que evidenciam a participação da Casa de Segurança da Presidência da República na fraude eleitoral daquele ano.
As Eleições legislativas de 2008 em Angola foram realizadas nos dias 5 e 6 de Setembro de 2008, tendo o MPLA sido anunciado vencedor com os resultados astronômicos de 81,76% dos votos emitidos.
De acordo com notícias que circularam na altura, o regime do MPLA decidiu fazer fraude com tais resultados de modo a permitir-se alterar a constituição, banindo o sistema de votação directa do Presidente.
O general “Kopelipa” é o quadro do regime a quem o Presidente José Eduardo dos Santos confiava o dossiê da realização das eleições, em Angola, desde 2008. É a figura que, na prática, controlava a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), por intermédio de dois técnicos do seu antigo gabinete, colocados como consultores deste órgão eleitoral. Tratam-se do tenente-general Rogério José Saraiva e o coronel Anacleto Garcia Neto, ambos especializados em comunicações e engenharia.
O tenente-general Rogério José Saraiva e o coronel Anacleto Garcia Neto, técnicos especializados de comunicações, engenharia eléctronica e informática, subordinados do general Kopelipa, foram os operativos que dirigiram o processo de selecção e formação do pessoal que trabalhou tanto nos centros oficiais de escrutínio como nos centros clandestinos de escrutínio para subverter as actividades de apuramento, através de tecnologias e equipamentos de programação prévia de interseção de dados.
Num certo debate parlamentar, em que se pretendeu alterar a lei geral das eleições, no primeiro semestre de 2017, a UNITA pediu a presença do general “Kopelipa” na Assembleia Nacional para que o mesmo respondesse sobre o seu papel em influenciar na alteração dos resultados eleitorais. A Bancada parlamentar do MPLA rejeitou o pedido alegando que convocariam o general para uma reunião na sede do partido para o interrogarem.
Caso o cidadão português Nuno Pereira decidir vazar os alegados documentos que implicam “Kopelipa” nas fraudes eleitorais, o assunto poderá revitalizar antigas denúncias sobre esta matéria relativas a todos os pleitos eleitorais ganhos pelo MPLA que sempre rejeitou admitir o facto. *(Com agências)
fonte:J24H