Jornalista da TPA detido sob acusação de terrorismo

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A Polícia Nacional deteve, na quinta-feira, o jornalista Amor Carlos Tomé, acusado de associação criminosa, falsificação de documentos e financiamento ao terrorismo.

A detenção ocorreu nas instalações da Televisão Pública de Angola (TPA), onde o profissional trabalhava há alguns meses. O próprio canal estatal divulgou a informação durante a sua emissão noticiosa.

Antes de integrar a TPA, Amor Carlos Tomé exerceu funções na Rádio UNIA – 92.3 FM e na Rádio Essencial. Colegas de profissão descrevem-no como um repórter que enfrentava dificuldades financeiras, situação comum entre jornalistas angolanos devido aos baixos salários pagos no sector.

A acusação de envolvimento em financiamento ao terrorismo gerou estranheza entre profissionais da comunicação social, que consideram improvável a hipótese de o jornalista dispor de recursos para tal actividade. Até ao momento, as autoridades não divulgaram mais detalhes sobre as provas ou circunstâncias que motivaram a detenção.

O Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Direcção Geral do SIC, representado pelo superintendente-chefe Manuel Halaiwa, informou que as detenções são fruto de uma “investigação aturada” em curso, que identificou os três suspeitos como integrantes de uma associação criminosa envolvida na instigação de atos de subversão à ordem pública, alegadamente por meio da manipulação de informações difundidas por plataformas digitais.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ordenou esta quinta-feira,7, a detenções do secretário nacional da mobilização da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), organização juvenil da UNITA, Oliveira Francisco, 32 anos, e um jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA), Carlos Tomé, de 38, detido nas instalações da TPA, sob a acusação dos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo

Ainda de acordo com o SIC, os suspeitos estariam ligados a acções que se enquadram na tipificação de terrorismo e apoio financeiro a actividades subversivas, acusações que poderão ter desdobramentos significativos na justiça angolana.

Os detidos serão apresentados ao Ministério Público nas próximas horas, para os trâmites legais subsequentes. O SIC adianta que outras diligências continuam em curso, o que poderá resultar em novas detenções ou revelações adicionais sobre o caso.

A detenção de Mbuka Tanda, figura conhecida nos meios juvenis de oposição, levanta preocupações quanto ao alcance e motivação das acusações, com vários sectores da sociedade civil a questionarem a possível instrumentalização judicial para silenciar vozes dissidentes. Enquanto o processo avança, cresce a expectativa sobre os próximos desenvolvimentos e sobre o impacto que o caso poderá ter no já tenso ambiente político do país.

Segundo Nelito Ekuikui, foi através do telejornal da TPA que a JURA tomou conhecimento da acusação. Ekuiki assegura que a detenção de Oliveira Francisco é efectivamente por motivação política.

Conforme o secretário-geral da JURA, o seu secretário nacional da mobilização foi torturado física e psicologicamente pelas forças de defesa e segurança.

Quanto à acusação, a JURA diz não fazer qualquer sentido, mas realça que não basta acusar, é preciso provar.

Segundo Nelito Ekuikui, uma equipa de advogados está a caminho do SIC-geral, em Cacuaco, para inteirar-se da detenção.

As autoridades não assumem que estas três detenções estejam relacionadas com os tumultos registados nos dias 28, 29 e 30 de Julho, que provocaram mais de 40 mortos, mas as fontes do Repórter Angola na Polícia não descartam tal possibilidade.

 

Fonte: REPORTER ANGOLA

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