Os produtores nacionais de algodão têm a garantia de venda do produto no país, assegurou, ontem, em Luanda, o Presidente da República, depois de visitar a Nova Textang II.
O Presidente João Lourenço encorajou a produção do algodão no país pelos camponeses, singulares ou agrupados em cooperativas, realçando que o produto será “garantidamente” vendido no mercado nacional.
Em declarações prestadas à imprensa, no final da visita à fabrica localizada no município do Cazenga, o Titular do Poder Executivo disse que “todos os produtores de algodão que o fizerem terão o seu produto garantidamente vendido”, quer na Nova Textang II, quer nas unidades instaladas no município do Dondo (Cuanza-Norte) e em Benguela.
Salientou que esta garantia é suficiente para incentivar os camponeses e fazendeiros a dedicarem-se à cultura do algodão, que num passado relativamente recente o país foi grande produtor.
João Lourenço defendeu, por isso, a produção massiva de algodão no país, argumentando não ser “correcto” alimentar indústrias têxteis como as da dimensão de Luanda, Benguela e Cuanza-Norte contando apenas com importação de matérias-primas.
Para o Chefe de Estado, de-vem ser as próprias empresas têxteis que ganharam os concursos de concessão das três unidades fabris as primeiras a promover a produção nacional do algodão.
Manifestou-se satisfeito com a informação que lhe foi prestada no início da visita, sobre a mobilização, pela direcção da Textang II, de cerca de mil camponeses em Malanje, que já iniciaram o processo de produção de algodão na Baixa de Cassanje.
O Chefe de Estado considerou “bastante positiva” a visita à Textang II, realçando que quando, há cerca de dois anos, visitou a fábrica esta se encontrava inoperante. “São avultados os investimentos públicos aplicados nas três unidades fabris que, actualmente, estão todas a funcionar, (embora) não na sua plenitude”, referiu.
Ficou, também, satisfeito com a informação segundo a qual o volume da produção e número de postos de trabalho na Textang II aumentam à medida que o tempo passa. “Ao realizar esta visita, o meu sentimento não podia ser outro, senão de grande satisfação”, declarou.
O ministro da Indústria e Comércio garantiu que as empresas privadas que venceram os concursos públicos para a gestão e compra das três unidades têxteis do país têm cumprido com os contratos. “O tema associado à produção do algodão está nos moldes em que contratualizamos com estas unidades. Do nosso lado, resta apenas o acompanhamento normal da actividade industrial das mesmas”, afirmou Víctor Fernandes.
Produção de algodão
A Textang-II vai produzir, ainda no decurso deste ano, na Baixa de Cassanje, em Malanje, 4 mil hectares de algodão. No próximo ano, a produção poderá crescer para 10 mil, segundo o presidente do Conselho de Administração da fábrica.
O empresário promete iniciar a plantação de algodão em grande escala na próxima campanha agrícola (Janeiro). Para o efeito, informou, foram seleccionados os primeiros 680 camponeses que, em pouco tempo, podem chegar a mil.
Jorge Amaral garantiu, aos jornalistas, momentos antes da visita do Chefe de Estado, ao emprendimento económico, que a meta é produzir todos os anos seis mil toneladas de algodão, para cobrir as necessidades da fábrica.
“Em dois anos seremos auto-suficientes na produção de algodão no país, sem necessidade de recorrer a importações”, assegurou Jorge Amaral, revelando que o investimento total da fábrica, incluindo a parte referente à produção, custou 55 milhões de dólares.
A TextangII produz actualmente 250 mil metros de tecido por mês e emprega 180 funcionários. Até ao final deste ano, a produção mensal pode ascender aos 850 mil metros de tecido, e a mão-de-obra aumentar para 370 trabalhadores.
Fonte:JA