Há homens cujos feitos jamais serão esquecidos. Homens que foram em frente e não temeram a morte, honrando a sua condição de ser humano, o seu juramento e a sua Pátria
Santos Pereira | Jornal 24Horas
Angola é um manancial de Homens que honraram a sua existência lutando sempre para que o seu País seja melhor, onde haja justiça e que toda a população tenha melhores condições de vida.
Um desses angolanos é sem dúvidas Carlos de Oliveira Madaleno, o Comandante Madaleno, que tudo de si deu em prol dos ideais da Pátria angolana e do bem-estar do seu Povo.
O Comandante Madaleno foi um membro activo da luta armada pela independência de Angola, esteve na base da derrota do colonialismo e dos que atentaram contra a independência de Angola e seus aliados.
Nesse sentido teve participação directa na estratégia que levou à vitória das FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola) e do MPLA, a partir de Luanda, ou seja, foi realmente em Luanda e arredores, como o “tampão” montado em Kifangondo, que ditou a derrota dos inimigos da paz, da verdadeira liberdade e independência total de Angola.
O Comandante Madaleno ficou notabilizado no Rangel, actualmente Distrito Urbano do Rangel, Município de Luanda, na então Base da Dona Amália. Naquela circunscrição luandense, o Comandante Madaleno é lembrado com muito carinho, principalmente por cidadãos que o conheceram e/ou ouviram falar da sua dedicação como patriota, homem digno e acérrimo defensor da causa do Povo Angolano.
Para testar o que os cidadãos sabem desta figura, a reportagem do portal de notícias ‘Jornal 24 Horas’ esteve no Rangel, nas imediações do local ainda conhecido por “Dona Amália” e falou com alguns populares. Na generalidade, as pessoas mais velhas sabem quem é o Comandante Madaleno, uma legenda viva naquela zona; já os mais jovens, e não só, sabem alguma coisa porque os pais, e os mais velhos, falam muito dele e contam diversos episódios de que o Comandante foi protagonista.
O ancião Alfredo Mbole, de 87 anos de idade, antigo nacionalista preso pela Pide, disse que lembra-se do Comandante Madaleno como “um homem considerado por todos, uma pessoa de grande coração, de muita dignidade e sempre disposto a ajudar um amigo. Não gostava de ver ninguém a sofrer; quando estava na base da Dona Amália, mesmo no meio daquela confusão toda por causa do fervor da independência ajudava as mamãs, as crianças, distribuia alimentos, conversava com os miúdos, com os jovens, dava conselhos… enfim, nem sei como descrever os seus feitos… além da sua coragem, bravura militar em combate e na condução das tropas. Muito há a contar sobre este homem que merece ser lembrado por todos angolanos, os seus feitos devem servir de exemplo para as novas gerações, principalmente a sua postura de pessoa íntegra”, sublinhou o ancião.
Avó Mariquinha, 70 anos de idade, actualmente moradora nas imediações da escola Ngola Mbandi (Precol), diz que conheceu perfeitamente o Comandante Madaleno quando “eu e minhas amigas, ainda muito jovens, frequentávamos a base da Dona Amália depois da chegada dos guerrilheiros que combateram o colonialismo nas matas. Naquele tempo todos queriam contribuir para a independência e nós também tínhamos o sonho de vestir a farda, de ser das FAPLA ou da JMPLA. Lembro-me que o Comandante Madaleno era muito atencioso e quando estivesse na base falava sempre connosco, com todos os jovens, contava muitas histórias e ensinava como devíamos ser quando fosse proclamada a independência. Além de ser corajoso, também estava sempre disposto a ajudar, mesmo aqueles que não eram do MPLA, ele conversava com eles e dizia que todos somos angolanos e devemos ter uma só ideia para o bem do nosso país e do nosso Povo. O Comandante Madaleno não pode cair no esquecimento como já aconteceu com outros que muito deram por Angola”, alertou a mais velha.
A nossa reportagem ouviu também o jovem Eduardo Mateus, 23 anos de idade, estudante universitário, morador da zona, que afirmou ter ouvido falar muito do Comandante Madaleno; até algumas cenas engraçadas que se passaram em combate, porque tem um tio que foi das FAPLA e na mesma unidade com o Comandante Madaleno. “O meu tio sempre disse que há poucos homens como ele, dava tudo pelos outros, era um camarada de verdade, dava sempre o exemplo, não mandava fazer, fazia ele primeiro e incentivava os outros para que fizessem também. Segundo o meu tio, enquanto muitos chefes ficavam na retaguarda, ele avançava na primeira linha com a tropa e dava coragem aqueles menos corajosos. Histórias de vida como a deste Comandante devem ser contadas para servir de exemplo aos jovens, às futuras gerações, para incentivar e para que se saiba que houve homens que deram tudo de si em prol da Pátria, com honestidade, estoicismo, sem esperar nada em troca. O seu lucro era a vitória e o bem-estar do Povo Angolano”, salientou o jovem.
Entretanto, o Jornal 24 Horas ouviu ainda alguém que conhece Carlos Madaleno desde antes da independência e foram companheiros nas FAPLA, o hoje Almirante Vaz.
Ao ouvir o nome, o Almirante Vaz disse sem rodeios: “Carlos Madaleno é um grande homem!”; depois de uma pausa nostálgica, continuou: “Foi o Comandante Madaleno que proporcionou todas as condições e estabilidade para a instalação do MPLA quando chegou a Luanda vindo do exílio. Foi ele que nos recebeu quando chegamos da 1ª Região onde combatemos o colonialismo. Carlos Madaleno é um homem íntegro, amigo de todos, verdadeiramente humano, patriota e foi também um grande estratega militar. Foi ele e o Comandante Kingingi que galvanizaram a juventude na altura e asseguraram Luanda para o acto da independência. Poderia ficar horas a falar dos feitos e da personalidade do Comandante Madaleno, mas digo apenas que é um digno filho de Angola, que merece quantas homenagens lhe possam ser feitas, merece todo nosso respeito e tem que ser considerado como o grande patriota que é”, rematou o Almirante.
Pelo que se constatou, muito há ainda por dizer desta nobre figura que se chama Carlos de Oliveira Madaleno, chamado carinhosamente por Comandante Madaleno. Ao que se sabe, embora em idade avançada e um tanto fragilizado, o Comandante Madaleno continua a ser um homem preocupado com a situação do país.
Foi Oficial de ligação do MPLA na altura da Independência e passou a ser conhecido pelo Comandante Madaleno. Após a independência de Angola em 1975, fez parte da Segurança de Estado, tendo trabalhado diretamente com o Presidente Agostinho Neto.
O comandante Madaleno integrou nas FAPLA os Generais Ze Maria,General Vitor Santos,General Hendrik , Nito Teixeira ex diretor do gabinete de José Eduardo Dos Santos no MPLA, Também todos os seus irmãos que foram militares e muitos outros.
Fica aqui esta singela homenagem que o portal de notícias ‘Jornal 24 Horas’ lhe presta. Bem haja Camarada Comandante!
