O Papa Francisco apelou, ontem, para que se cuide dos idosos porque eles “não são sobras da vida ou desperdícios que possam ser deitados fora, são pessoas que criaram as gerações mais jovens, lhes deram amor e compreensão”.
O apelo foi feito numa homilia escrita pelo Papa e lida pelo presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella, numa missa celebrada na Basílica de São Pedro, por ocasião da primeira Jornada Mundial dos Avôs e Idosos.
O papa não pode celebrar a missa porque se encontra a recuperar da operação clínica realizada no início do mês.
“Não percamos a memória de que são portadores os idosos, porque somos filhos dessa história e sem raízes ficaremos murchos. Eles apoiaram-nos durante as etapas do nosso crescimento e agora toca-nos a nós apoiar a sua vida, aligeirar as suas dificuldades, estar atentos às suas necessidades e criar todas as condições para que as suas tarefas diárias sejam facilitadas e não se sintam sós”, disse o Papa Francisco.
Durante a homilia, o Papa pediu aos jovens para se questionarem se visitam os seus avós com frequência e se os escutam para que amanhã “não se venham a arrepender de não lhes ter dado atenção suficiente”.
Criticou, também, as sociedades actuais, demasiado atarefadas e indiferentes, incapazes de atender os idosos que hoje “têm fome” da ternura e da atenção dos mais novos.
Mensagem de felicitações
Em alusão ao Dia Mundial dos Avôs, a Associação de Amizade e Solidariedade para com a Terceira Idade (AASTI) enviou uma nota à nossa redacção onde felicita e transmite carinho e respeito pelos idosos.
Segundo a nota, nos últimos anos, em Angola é notória a realização de actividades simbólicas em prol da efeméride.
Para a Associação de Amizade e Solidariedade para com a Terceira Idade, os avôs nunca perderam o seu papel de pais e muito menos de avós e merecem o carinho e respeito pelos seus conhecimentos e experiência de vida.
A Associação de Amizade e Solidariedade para com a Terceira Idade refere que os seus projectos sociais e iniciativas comunitárias são, fundamentalmente, direccionados às pessoas idosas, mobilizando-as a participar nas aulas de alfabetização, trabalhos de artesanato, ginástica direccionada, sessões temáticas sobre a terceira idade, visitas a locais de interesse histórico, bem como diversos apoios, como assistência alimentar, médica e medicamentosa.
A direcção da AASTI e o colectivo de trabalhadores e colaboradores saúdam os avós, reconhecendo o papel que sempre tiveram na educação e coesão das famílias.
Surgimento da data
O Dia Mundial dos Avôs começou a ser assinalado em finais dos anos 80.
Reza a história que Ana Elisa de Couto Faria, uma portuguesa nascida a 22 de Janeiro de 1926, por cerca de dezasseis anos percorreu diversos países levando a mensagem para que se instituísse o Dia dos Avôs.
Recorreu a diversos organismos da Igreja Católica, meios de comunicação social e deputados e usava todos os meios ao seu alcance, sendo um dos mais notados recorrer a figuras públicas portuguesas, em especial atletas de alta competição, pedindo-lhes para levarem a mensagem através de posters.
Ana Elisa do Couto Faria era uma, dos nove filhos de um casal de proprietários humildes e generosos. Casada e mãe, logo percebeu-se que os seus pais, perante os netos, eram factor de orientação e perfeição familiar.
Com o nascimento do primeiro neto, começou a verificar e a interiorizar o modo como seria bonito dar realce aos avós do seu país e do mundo.
Após muita perseverança, em Portugal a Assembleia da República aprovou, pela resolução 50/2003 de 4 Junho, o Dia 26 Julho como Dia Nacional dos Avôs, numa homenagem e devoção aos avós de Cristo, São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria.
Fonte:JA