O Miragens Teatro exibe amanhã, às 16h30, no auditório da escola Njinga Mbande, em Luanda, o espectáculo “Cenas do Miragens”, inserida nas jornadas comemorativas do 26º aniversário, a ser assinalado na próxima segunda-feira.
O objectivo é incentivar a confraternização e para tal, a direcção do colectivo decidiu convocar os actores antigos, novos e colaboradores para fazer parte da peça de teatro “Cenas do Miragens” montada antecipadamente com a selecção das melhores cenas de oito obras mais aclamadas pelo público.
As melhores cenas de obras como “Amor Puro”, “Tem um morto na minha cama”, “Coisas que ouvi sobre as mulheres”, “Louco por mulheres” e “O pecado que não cometi” vão poder ser revisitadas em uma hora de espectáculo, com a passagem em palco de vários actores em quadros montados de períodos curtos de cinco minutos.
A peça está a ser montada com todo o rigor, de acordo com a actriz do Miragens Teatro Mariana António, em declarações ontem, ao Jornal de Angola, o grupo prevê colocar em palco vários actores e actrizes afastados do espaço cénico há muitos anos.
Na semana derradeira e de intensificação da publicidade do espectáculo, disse, foi criada propositadamente uma equipa de apoio para garantir que nada falhe, porque os aspectos técnicos foram assegurados com os ensaios. Porém, afirmou, alguns detalhes ainda estão a ser revistos pelos actores no domínios das indumentárias, revisão dos textos, as deixas e trabalhos individuais de dicção.
Com os ensaios realizados somente aos fins-de-semana, por causa dos constrangimentos impostos pelas responsabilidades profissionais, familiares, bem como da dinâmica do dia-a-dia, alguns terão papéis mais relevantes durante a exibição da peça, disse, Mariana António. Para a actriz, o mais importante é mesmo poder contar com a participação de todos, desde os consagrados aos mais jovens, numa promoção de partilha de conhecimentos sobre as artes cénicas, em particular o teatro. Num reconhecimento à dedicação dos colegas de arte, a actriz acredita que independentemente de uns estarem mais activos que outros, a sempre pronta disponibilidade dos actores, torna o projecto Miragens Teatro, num dos mais consistentes, ao longo de duas décadas de existência.
“Os obstáculos da vida não têm sido motivo suficiente para que os actores deixem de dar o seu contributo para o engrandecimento do grupo”, aclarou.
O programa, adiantou, prevê ainda a realização de um encontro de confraternização em casa de um dos membros do grupo para a celebração de mais um aniversário, que vai culminar com a estreia do espectáculo “Pedido só no cemitério”, marcado para o dia 25 deste mês, em horas e local a indicar oportunamente.
Trajectória invejável do prestigiado colectivo
O Miragens Teatro conta com oito actores e vários colaboradores. Há 26 anos no grupo, Mariana António, mostra-se feliz por fazer parte de num projecto que desde a fundação, tem privilegiado o lema “Miragens Teatro, mirando por um teatro de intervenção social”.
A actriz que nunca se desvinculou do grupo desde a sua existência, mesmo nos momentos mais críticos, garante que o Miragens mostra ser um projecto sério e de responsabilidade social e artístico que tem dado contributo para o desenvolvimento das artes cénicas no país.
Com a peça “Rostos de Loanda a Luanda”, que homenageia figuras e factos que marcaram os diferentes momentos da história da capital do país, o Miragens venceu, em 2003, o Prémio de Teatro Cidade de Luanda, nas categorias de “Melhor Texto”, “Melhor Encenação” e “Melhor Actor” (Kim Fasano).
Criado a 7 de Junho de 1995, o Colectivo Miragens Teatro dedica-se ao teatro de intervenção social, com algum valor técnico, estético e crítico, pressupostos que lhe permitiram conquistar igualmente uma das edições do Festival Nacional de Teatro (Festeatro). O grupo que nasceu na comunidade católica de S. Luís, no Distrito do Rangel, bairro do Rangel, em Luanda.
Tem várias participações em festivais nacionais e internacionais com destaque para o Circuito Internacional de Teatro (CIT), na III Trienal de Luanda, bem como no Festival Internacional de Teatro do Mindelo (Mindelact).
Fonte:JA