As reformas em curso no sistema financeiro angolano vão ser revisadas em Junho do próximo ano com base nas recomendações do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), organismo que combate o branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa.
Esta é uma das decisões saídas do Conselho de Supervisão da Unidade de Informação Financeira que reuniu, ontem, em Luanda, presidido pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior.
O encontro apreciou o nível de implementação das recomendações e a prontidão do país em receber a próxima avaliação. Manuel Nunes Júnior lembrou que Angola será avaliada quanto à capacidade do sistema financeiro nacional em dar resposta adequada às actividades de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
Para o efeito, técnicos pertencentes ao Grupo de Combate à Lavagem de Dinheiro na África Austral e Oriental estão encarregues do processo de revisão da actual situação de Angola. Esta acção é vista como de capital importância, porquanto tem influência na capacidade de o país captar investimentos lá fora.
“A avaliação implicará duas dimensões, nomeadamente a garantia da conformidade técnica das regras e os procedimentos que Angola segue nesse domínio, bem como a eficácia do sistema de combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa”, disse.
Segundo Manuel Nunes Júnior, para o sucesso da avaliação, está em curso um trabalho árduo pelas equipas de supervisão da Unidade de Informação Financeira, entidade composta pelo Banco Nacional de Angola, Ministério do Interior, Ministério das Finanças e Procuradoria Geral da República.
O ministro de Estado considera, por isso mesmo, a coordenação entre as partes envolvidas como fundamental, para assegurar que os avaliadores do Grupo de Combate à Lavagem de Dinheiro da África Austral e Oriental reconheçam o progresso significativo feito até aqui pelo país, quanto à implementação das recomendações do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).
“O sucesso de todo esse processo de preparação dependerá em muito da nossa capacidade de coordenação, quer a nível estratégico como técnico operacional, entre as várias instituições relevantes envolvidas nesta actividade”, afirmou. Manuel Nunes Júnior destaca o engajamento da equipa ao mais alto nível e a seriedade com que o processo está a ser levado a cabo, tendo também em conta a metodologia melhor estabelecida.
“Com este empenho, o país ganha credibilidade, reputação e confiança, elementos estes importantes no sector financeiro”, considerou.
Por sua vez, a directora da Unidade de Informação Financeira (UIF), Francisca de Brito, reafirmou a garantia de que os resultados dos trabalhos em curso serão enviados ainda este mês e que se espera à vista em Junho de 2022.
“Vamos continuar a trabalhar e saber em que pontos técnicos estão as instituições incumbidos para o sucesso do processo”, indicou.
Francisca de Brito disse, por outro lado, que algumas instituições precisam ter o domínio de várias ferramentas para prevenir e reprimir o branqueamento de capitais, o financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas.
Fonte:JA