Tal como previsto, Petro de Luanda e Sagrada Esperança decidem o título do Campeonato de Futebol da I Divisão, Girabola, no confronto directo. Hoje, às 15h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, petrolíferos e diamantíferos disputam uma partida com cariz de final, que concentra todas as atenções da última jornada.
Igualados a 67 pontos, tricolores e lundas escrevem um novo capítulo na história da prova, com paralelo encontrado apenas na edição inaugural, quando 1º de Agosto e Nacional de Benguela discutiram a consagração. Em 2005, na única conquista da formação do Dundo, o adversário na ronda derradeira foi de facto o tricolor do Eixo-Viário, mas a corrida à conquista do ceptro era travada com o ASA.
Às ordens de Mateus Agostinho “Bodunha”, treinador chamado da formação do clube para relançar a equipa, depois do início de menor fulgor competitivo, sob o comando técnico do espanhol Antonio Cosano, o Petro de Luanda exibe o estatuto de emblema mais titulado do futebol angolano, cujo destaque é o registo de 15 troféus arrebatados no campeonato.
Apesar da modéstia da galeria, apenas um título do Girabola e uma Taça de Angola, Roque Sapiri, um dos jogadores consagrados com Mário Calado no comando, orienta um Sagrada Esperança emancipado. Equipa que conseguiu, a pulso, vincar posição entre os grandes da modalidade, exigindo respeito e reconhecimento dos habituais candidatos.
Da fortaleza construída no Centro de Treinos Demóstenes de Almeida “Catetão”, os tricolores protagonizaram uma assinalável recuperação, saldada na série de dez vitórias consecutivas, 21 no total, a melhor safra da prova. Têm igualmente o ataque mais concretizador, 47 golos, números irrelevantes nas contas do título.
A boa prestação em casa, com 14 triunfos em campo e uma derrota revertida em vitória na secretaria, por alegada irregularidade na inscrição de Vingumba do Ferrovia do Huambo, sustenta o percurso à campeão dos diamantíferos, que têm a defesa como a sua maior virtude, ao sofrer somente dez tentos em 29 jogos.
Pelo que as equipas produziram ao longo da época, estão criadas as condições para assistirmos a uma disputa intensa, sem favoritos. O factor casa pode empurrar o Petro a chamar a si o controlo da iniciativa. No entanto, o Sagrada tem argumentos competitivos capazes de contrariar um eventual arreganho do adversário, que empurrado pelos adeptos vai, certamente, procurar adoptar uma postura avassaladora.
Enquanto os tricolores colhem os frutos dos investimentos feitos nas últimas três edições do campeonato, de modo a voltarem a festejar a conquista de um título que escapa desde 2010, a equipa verde e branca tira partido da aposta feita no plantel para atacar as Afrotaças, objectivo interrompido pelo contexto conturbado da Covid-19. As reticências evidenciadas numa fase embrionária do campeonato deram lugar ao surgimento de um grupo coeso, senhor do seu destino.
Vários são os jogadores que podem fazer a diferença esta tarde. Élber, Tó Carneiro, Mindinho, Vidinho, Maya, Picas, Job e Tiago Azulão são os destaques nos donos da casa, ao passo que nos visitantes as referências são Langanga, Karanga, Gaspar, Muenho, Lépua, Cashi, Lulas e Jó Paciência. A equipa de arbitragem dirigida por António Dungula, auxiliado por Gerson Emiliano e Wilson Ntyamba, está à altura das exigências do desafio.
Fonte:JA