Mais de 2.250 hectares com produção de milho, massango e massambala, nos municípios do Cuangar, Calai, Dirico, Mavinga e Rivungo, foram devastados pela praga de gafanhotos que assola o Cuando Cubango, desde o passado mês de Outubro, revelou, ontem, em Menongue, o coordenador de Projectos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Angola.
Mpanzo Domingos prestou esta informação à imprensa, no arranque da acção formativa sobre Monitorização dos Gafanhotos, dirigida a técnicos das províncias do Huambo, Bié e Cuando Cubango, com recurso ao uso do aplicativo Elocust3, um sistema de registo inovador, adequado para locais remotos, no sentido de permitir a detenção de surtos de gafanhotos e de outros insectos.
O responsável disse que os gafanhotos devastaram 600 hectares com diversas culturas no Cuangar, Rivungo, Calai, Mavinga, Dirico e em Menongue.
À luz do Plano de Combate à Praga de Gafanhotos na província, informou, foram mapeados cinco milhões de hectares, dos quais quatro milhões consideradas áreas de prováveis ocorrências, e apenas 350 foram pulverizadas desde Fevereiro último, com o recurso a meios aéreos.
Nos municípios afectados pela praga, segundo o alto funcionário da FAO, foram formados 48 técnicos, que estão distribuídos em brigadas, “para ajudarem a conter esta calamidade, que ameaça a segurança alimentar das populações”.
“Nos municípios onde a situação é descrita como critica”, acrescentou, “estão a ser monitorizados os locais infestados, através do aplicativo Elocut3, desenvolvido pela FAO e parceiros.
Formação de formadores
A representação da FAO em Angola, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pescas, promoveu na província uma acção formativa de Formadores de Brigadistas de Combate à Praga de Gafanhotos, na qual participaram técnicos locais do Bié e do Huambo, que aprenderam técnicas sobre Aspectos Teóricos de Monitorização dos Gafanhotos, Aplicação do Programa Elocust3 na Monitorização e Controlo dos Insectos, Manuseio dos Pesticidas e bem como tiveram aulas práticas no campo.
Os participantes foram ainda dotados de habilidades e competências sobre a recolha de dados fiáveis, técnicas inovadoras de monitorização de gafanhotos, Biologia do Insecto e Aplicação Teórica e Prática da Plataforma Elocust3 na Monitorização dos Gafanhotos.
Por sua vez, o director do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas, António Pereira, sublinhou que o combate a esta praga, “não é apenas uma tarefa da FAO ou do Ministério da Agricultura, “mas de toda a sociedade, para que se possa mitigar o impacto negativo que estes insectos causam às culturas”.
Fonte:JA