Festa nas finanças da CNE pode afundar barco eleitoral

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Depois de ter sido denunciado por ter aproveitado o período da quarentena para nomear um sobrinho como financeiro, o novo Presidente
da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva “Manico”, é agora,acusado pelos funcionários de “inventar” gastos injustificáveis na ausência dos trabalhadores.

Na última semana de Abril, Manuel Pereira da Silva “Manico”
encomendou a uma empresa a feitura de “cartões de felicitações” para supostamente distribuir aos funcionários em celebração ao dia 1 de Maio, consagrado internacionalmente como dia “Internacional dos trabalhadores”. “Por esta ocasião, felicito aos préstimos funcionários da CNE, pela força, coragem e dedicação em desempenhar um trabalho
digno a nação. Unidos somos capazes”, lê-se num dos cartões que
o C.K teve acesso.


Segundo esclarecimentos, os funcionários louvaram o gesto de
felicitação do Presidente da CNE, porém, alegam que na semana em
alusão ao dia de trabalhador, nenhum funcionário trabalhou para
se poder justificar a distribuição dos cartões. Ou seja, os trabalhadores da CNE, estão em casa desde Março altura em que foi decretado o Estado de Emergência em todo o país pelo Chefe de Estado, João Lourenço. Uma vez que ninguém na CNE trabalha desde há cerca de dois meses, os trabalhadores concluem que a encomenda dos cartões de felicitações poderá ter sido um artificio do novo Presidente da instituição de forma a mexer nos fundos de maneio daquele órgão que superintende as eleições no País, “inventando gastos supérfluos”.

Tribunal Supremo pode ser ‘conivente’?


Apoiado pelo Tribunal Supremo para liderar a CNE, Manuel Pereira da Silva “Manico” é contestado pela oposição e pela Sociedade Civil angolana devido aos seus antecedentes de actos de probidade.
Ao tempo em que foi Presidente da Comissão Provincial Eleitoral de Luanda, foi mencionado num relatório de auditoria da comissão que agora dirige em práticas de usos de fundos da instituição para
proveito pessoal envolvendo a empresa do seu sobrinho, Domingos Pinto Azevedo, por sinal, o mesmo indivíduo a quem nomeou para o
cargo de Director de Administração e Finanças e Logística desta instituição.
Neste sentido, e como foi várias vezes rebatido na Assembleia Nacional, com os deputados da oposição a liderarem a lista dos contestatários, nota-se claramente que Manuel Pereira da Silva, ou simplesmente, ‘Manico’ não tarda voltará a aproveitar-se das finanças desta instituição para proveito
pessoal.

Nepotismo atira CNE ao descrédito


Quando todos os deputados dos partidos políticos da oposição se
retiraram antes mesmo da votação de que validaria o empossamento
de Manuel Pereira da Silva ‘Manico’, no dia 19 de Fevereiro do ano
em curso, de uma coisa já se tinha a certeza: O ‘Manico’ não é uma
pessoa confiável para se lhe entregar a gestão de um organismo sério como é a Comissão Nacional Eleitoral. Ainda assim, o MPLA, partido que suporta o governo, com a sua maioria qualificada, fez
finca pé e “impôs” ao País, um militante seu cuja conduta ultrapassa a palavra indecorosa. Ou seja, é mais do que isso.


Como é do domínio público, o actual presidente da CNE é declarante num processo de corrupção eleitoral por recebimento de fundos indevidos dos cofres do Governo Provincial de Luanda, na era de Higino Carneiro enquanto governador de Luanda. Aliás, o próprio Higino Carneiro, hoje nas vestes de deputado à Assembleia Nacional também pelo MPLA, é
arguido num processo idêntico, que parece ter parado no espaço e no tempo.

Voltando ao presidente da CNE que terá desviado mesmo 50 milhões de Kwanzas a pretexto de aluguer de viaturas para os comissários eleitorais,segundo apurou o Na Mira do Crime, logo na sua primeira reunião naquele órgão que tem a missão de organizar e velar por todo processo eleitoral no país, Manuel Pereira da Silva mostrou como é bom a puxar a brasa para a sua sardinha, que não deve estar mais em condições, para seu próprio benefício.
A título de exemplo, e como já era de esperar, o presidente da CNE propós o seu sobrinho para o cargo de Assessor do presidente
para a área financeira, o que equivale ao posto de director financeiro da CNE.


Em contramão aos desígnios do partido que o impôs, Manuel
Pereira da Silva escorrega propositadamente num acto claro de nepotismo puro que tem estado a ser combatido pelo Presidente do MPLA e da República João Manuel Gonçalves Lourenço.
Domingos Pinto Azevedo, o sobrinho de ‘Manico, foi convidado para substituir Felisbela António Lucas Dula de Ceita. Entretanto,
em função de algum burburinho durante a indicação do seu sobrinho, Manuel Pereira da Silva recua na decisão e, tal como um bom jogador, faz uma jogada de mestre: Exonerou todos os responsáveis das finanças da CNE.
Em despachos a que este jornal teve acesso, à data dos factos, o presidente da CNE exonerou a Directora de Administração e Finanças e Logística da CNE, Felisbela António Dula de Ceita, tendo no mesmo dia nomeando, Daniel Catumbela Rodrigues de Faria, para as funções de Chefe de Departamento de contabilidade e finanças em substituição de Ricardo Kinkani André Sebastião.

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