Família Chingunji aplaude apelo do Presidente para o pedido de desculpas

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A família Jonatão Chingunji aplaudiu a “bravura e grande sentido de estadista” demonstrados pelo Presidente da República, João Lourenço, ao defender que se faça um pedido público de desculpas e de perdão pelas almas de Tito Chingunji, de Wilson dos Santos e respectivas famílias, mortos na Jamba, antigo bastião da UNITA.

O elogio da família Jonatão Chingunji consta num comunicado assinado pelo político Dinho Chingunji, em reacção à mensagem proferida, na quarta-feira, pelo Presidente João Lourenço sobre os 44 anos dos trágicos acontecimentos que se seguiram ao 27 de Maio de 1977, que vitimaram um número indeterminado de cidadãos.

Para a família Jonatão Chingunji, o dia 26 de Maio de 2021 entra na sua história como o segundo passo para o reconhecimento do seu papel na libertação de Angola e na luta pela democracia. O primeiro passo, lembrou, foi dado pelo Presidente da República, após a tomada de posse, ao reconhecer Eduardo Jonatão Chingunji, patriarca da família, como herói nacional, com a atribuição da “Ordem de Independência do Primeiro Grau”, em Novembro de 2018.
“Mais uma vez, o Presidente da República tomou a iniciativa de corrigir um grave erro, ao reconhecer as personalidades de Wilson Fernando dos Santos e Pedro Ngueve Jonatão Chingunji ‘Tito’, que abnegadamente, tomaram a decisão de abrir as portas para que as discussões com o MPLA tivessem um fim e acordo pacífico sem vitória militar de nenhuma das partes”, reconheceu.

Para a família, sem a bravura de Tito Chingunji e Wilson dos Santos, “não teríamos tido os acordos de Gbadolite, Bicesse, Lusaka e 4 de Abril, como Dia de Paz, a partir de 2002”.
Contou ainda que foi, também, Tito Chingunji que, sozinho, se aproximou de Savimbi e pediu à UNITA que começasse a abrir e aceitar a democracia como instrumento fundamental da actividade política, para poder se adaptar e sobreviver à competição política contra o MPLA, após a conquista da paz.

Segundo Dinho Chingunji, a sua família vai continuar a buscar justiça, primando peloprincípio de “não vingança, nem transferência de responsabilidade criminal para famílias inocentes que nos causaram grandes prejuízos.
Na mensagem proferida na quarta-feira, o Chefe de Estado pediu desculpas públicas e perdão pelas execuções sumárias que se seguiram, como reacção das autoridades à tentativa de golpe de Estado, a 27 de Maio de 1977.

Na ocasião, João Lourenço considerou que “este povo heróico e generoso, que já deu provas de saber perdoar, merece ouvir, igualmente, de quem tem responsabilidade de o fazer, um pedido público de desculpas e de perdão pelas almas de Tito Chingunji, Wilson dos Santos e respectivas famílias, das valentes mulheres das fogueiras da Jamba, dos passageiros do comboio do Zenza do Itombe, dos mártires das cidades do Cuito (Bié) e do Huambo e de outros não citados”.

Fonte:JA

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