Escritor defende inserção do estudo da literatura

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O escritor Fragata de Morais defende a inserção do estudo da literatura angolana no sistema de ensino geral no país, por considerar uma grande ferramenta para o enriquecimento intelectual da nova geração, sobretudo no conhecimento da vida e obra dos escritores nacionais.

O escritor, que falava numa palestra sobre o tema “A Importância das Editoras para o Desenvolvimento da Educação”, nas festividades dos 10 anos de existência da Editora das Letras, na União dos Escritores Angolanos (UEA), afirmou ser importante a participação em actividades do género de responsáveis do Ministério da Educação “para avaliarem a urgência de introduzir no sistema de ensino a literatura angolano como disciplina”.

“Quando é que vamos ter obrigatoriamente no ensino geral o estudo sobre a literatura angolana, assim como a vida e obra dos clássicos da literatura nacional para que a nossa juventude conheça essas obras, muitas das quais já não se encontram nas livrarias”, disse o escritor.

Para o autor do “Senhor das Águas”, a vida literária dos escritores está  associada às editoras, assegurando que sem as publicações “as nossas gavetas estariam cheio de manuscritos”.
Na óptica de Fragata de Morais, as editoras têm um papel muito importante na expansão da literatura nacional, não só no país como estrangeiro, uma vez que muitas obras de autores angolanos são também lançadas no exterior.

O escritor frisou que o livro é a ferramenta mais importante para aquisição do “nosso conhecimento” não importando o género literário, pois, afirmou, é de criança que se começa a trabalhar o vocábulo, sendo leitor fluente. “Quando era criança já tinha o hábito da leitura. Comecei a ler muitos livros infantis de banda desenhada, ‘Tio Patinhas’, uma série de histórias em banda desenhada da Disney, escrita e desenhada pelo cartoonista norte-americano Don Rosa”.

Fragata de Morais disse que nunca foi bom a matemática, porque desde  tenra idade é um assíduo em língua portuguesa o que o impulsionou a apostar na literatura, sobretudo no livro infantil, que é o grande veículo para a criação de hábitos de leitura nas crianças. “Os pais devem ter participação directa contando histórias aos seus filhos”.

Para o representante do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), Diasala André, as editoras têm um importante papel a desempenhar na sociedade, tendo exemplificado que no caso da Educação, a Editora das Letras tem publicado manuais escolares fundamentais, como um elemento didáctico pedagógico imprescindível no processo de ensino e da aprendizagem no país. “Em Angola, o livro constitui o único instrumento utilizado como recurso no processo de ensino  e aprendizagem”.

A importância das editores, disse, surge justamente para encontrar no mercado autores que apresentam propostas no sentido dos  manuais escolares serem produzidos no país. “Nas últimas décadas, até praticamente na segunda reforma, os manuais escolares em Angola eram, maioritariamente, produzidos por autores estrangeiros”.

Além de Fragata de Morais e Diasala André, nas festividades do seu 10º aniversário a Editora das Letras convidou outros escritores e figuras ligadas às letras, com destaque para Elsa Barbar. Além das palestras sobre “A Importância das Editoras para a Expansão da Literatura Nacional” e “A Importância das Editoras para o Desenvolvimento da Educação”, outro momento da actividades foi a reedição do livro infantil “O Reino Kiazanga”, de Nsalú Janota, que chega ao mercado com a chancela da Editora das Letras.

A Editora das Letras é engrandecida pelas edições escolares, pedagógicas, lúdicas e literatura nacional infanto-juvenil. Foi fundada a 27 de Julho de 2011, tendo como objectivo o mercado livreiro e a pensar na promoção, divulgação e expansão das obras literárias angolanas, bem como dar o seu contributo para o desenvolvimento intelectual dos angolanos, especialmente em idade escolar.

Fonte:JA

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